A União foi condenada a pagar R$ 468 mil de indenização à família de Wesley da Hora dos Santos, jovem de 18 anos que faleceu por afogamento em abril de 2017, durante uma atividade prática do ciclo básico de formação de soldado do Exército em Barueri. As informações são do site UOL.
A decisão, proferida pela Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), em São Paulo, rejeitou por unanimidade um recurso da União que tentava reverter a condenação. A irmã e a tia de Wesley receberão o valor da indenização, correspondente a 500 salários mínimos cotados na época do óbito.
A desembargadora Leila Paiva, relatora do processo, enfatizou em seu voto que “não há dúvidas” de que a morte de Wesley “resultou de um conjunto de ações culposas praticadas pelos militares, que agiram com negligência e imprudência”. A magistrada considerou razoável a condenação fixada na primeira instância, levando em conta as circunstâncias dos fatos, o grau de culpa dos agentes e as condições socioeconômicas das partes envolvidas.
Além de Wesley, outros dois recrutas, Victor da Costa Ferreira (18 anos) e Jonathan Turella Cardoso Allah (19 anos), também perderam a vida por afogamento no mesmo incidente. Na esfera penal, um ex-tenente, um ex-cabo e um ex-soldado foram condenados pela Justiça Militar.
As investigações apontaram que os recrutas participavam de uma corrida de orientação, na qual deveriam localizar pontos demarcados com o auxílio de mapa e bússola. Devido a um erro da equipe, que esqueceu de anotar um ponto de pista, os jovens receberam um “trote” como punição. Eles foram obrigados a refazer o percurso saindo das margens do lago do quartel do 20º Grupo de Artilharia de Campanha Leve, conhecido como Grupo Bandeirante, com a ordem de retornarem apenas “com o gorro seco”.
Segundo o apurado, um dos soldados escorregou na lama e caiu na parte mais profunda do lago, arrastando outros dois colegas que não sabiam nadar. Apenas um recruta sobreviveu à tragédia.