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Pré-candidato a estadual pelo Podemos, Gelso de Lima defende “voto distrital” do eleitor

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Ex-secretário de Relações Institucionais da Prefeitura de Osasco, Gelso de Lima deixou o governo na última semana com a confirmação de sua candidatura a deputado estadual pelo Podemos, mesmo partido do prefeito Rogério Lins. Junto com outras candidaturas de nomes ligados à administração Lins – Delbio Teruel (agora também no Podemos) deixou a pasta de Esportes e Ana Paula Rossi (PR) saiu da Educação, além do vereador Ralfi (Podemos) -, Gelso deverá ser uma das principais apostas da gestão Lins em busca de apoio na Assembleia Legislativa. O Portal Visão Oeste entrevistou com exclusividade o pré-candidato a deputado que falou da conjuntura atual da política, sua saída do Partido dos Trabalhadores e suas perspectivas como candidato.

Visão Oeste: Você sempre foi apontado na cidade como um articulador e analista político, e agora parte para a empreitada de assumir uma candidatura. Como é essa mudança?

Gelso: Para mim é muito novo, porque estou na vida pública há 30 anos, servi um partido por 27 anos, construí um projeto político, mas sempre nos bastidores: fazendo análise, pesquisa, planejamento, sempre trabalhando em prol de alguém. Eu ainda sou muito tímido para ir para rua para pedir voto, mas vou ter que desenvolver isso e aprender.
Como a campanha de deputado estadual é uma campanha muito curta, a gente tem efetivamente 45 dias oficiais. Eu vou precisar da ajuda de muita gente. Minha estratégia é contar com as lideranças: quem precisa me defender são aqueles que querem construir um projeto político junto comigo. Esta é a minha estratégia para disputar a próxima eleição.

Visão Oeste: Você ajudou a construir o PT (Partido dos Trabalhadores) na cidade, estado e pais, e agora sai candidato pelo Podemos. Como foi essa mudança?

Gelso: Eu subordino sempre as eleições a um projeto político. Quando eu percebi que o PT já não fazia mais parte de mim, e que já era um projeto que já não era mais capaz de entusiasmar as pessoas na cidade, fui buscar uma alternativa. Dialoguei com várias lideranças, vários partidos e com o próprio Rogério Lins, de que ele poderia ser essa novidade e ele virou essa novidade. Portanto eu ajudei a construir esse projeto que foi vitorioso na cidade, e é este projeto que eu vou proteger até o fim.

Visão Oeste: Hoje estão deixando as secretarias pelo menos 3 secretários que serão candidatos vinculados ao governo. Como você avalia que isso impacta na distribuição dos votos para os candidatos que terão apoio do governo?

Gelso: A cidade tem 570 mil eleitores, portanto tem voto para todo mundo. O que a gente precisa é aprender a respeitar uns aos outros. O que eu quero é me somar ao Délbio, a Ana, ao Ralfi e defender este projeto que está em curso. Então nós somos candidatos de situação e terão os candidatos da cidade que são de oposição, que vão defender os seus projetos, criticar o governo, que vão fazer a sua análise. Tem espaço para todo mundo.

Visão Oeste: Hoje a cidade de Osasco conta apenas com um deputado estadual e também um a esfera federal. Como você avalia as perspectivas a partir das eleições deste ano?

Gelso: Eu acho que nós precisamos dar as mãos, todos os candidatos de oposição e situação, e dialogar com a população para a gente praticar o voto distrital, ou seja, a região precisa estar representada. Não adianta a gente votar em candidatos de fora que nunca vão aparecer por aqui. O primeiro desafio nosso é tentar concentrar os votos da região, que são dois milhões de votos aqui na região oeste, nos candidatos que representarão esta região. Eu me candidato a isto, representar a essa região.

Visão Oeste Quando você fala dos candidatos de fora, como você avalia a presença da Renata Abreu, que, em tese, seria uma candidata vinda de fora, mas é do seu partido e tem uma presença forte na cidade?

Gelso: Ao contrário, a Renata tem raiz em Osasco: o pai dela foi já foi deputado federal, já foi candidato a prefeito da cidade, ela já morou aqui na cidade, tem participação efetiva, é uma das deputadas que mais trouxe recursos para a administração. Portanto, se existe alguém que é vinculado à cidade é justamente a Renata Abreu.

Visão Oeste: No cenário estadual e nacional como você avalia a participação do Podemos e as perspectivas para 2018?

Gelso: Por mérito, e muito mérito, da presidente do partido que é a Renata Abreu, ela conseguiu um feito extraordinário. Ela saiu de um partido de 5 deputados para 24 deputados. Ela indicou, para a aliança do PSB do Márcio França, o candidato a senador, que ela trouxe agora e se filiou ao partido, que é o Mario Covas Neto. Ou seja, é um partido que deixou de ser nanico e já é um partido médio, que tem candidato à presidente da República, que tem candidato a governador em vários estados. E aqui no Estado de São Paulo, na minha avaliação, acertou novamente ao aderir à campanha do Márcio França, que eu não tenho dúvida que será o candidato vitorioso.

Visão Oeste: Em relação ao momento político atual, há uma tendência à criminalização da política, e você sai candidato nesse tumulto que está acontecendo no país; você acha que isso vai interferir na quantidade de votos?

Gelso: Eu acho que vai ter um repúdio de fato aos candidatos tradicionais. A minha avaliação é que a gente deve ter um número de abstenção maior que eleições nos anos anteriores. Mas eu tenho uma vantagem: apesar da minha trajetória de 30 anos na vida pública, eu nunca fui candidato, então eu me apresento como candidato novo para a cidade, uma opção nova. Espero que aqueles que procuram novidade possam me colocar na condição de seu representante.