O Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Osasco – Alphaville e Região (SinHoRes) manifestou publicamente seu apoio às reivindicações dos entregadores por aplicativo, que realizaram uma paralisação nacional, conhecida como “Breque dos Apps”, nesta segunda (30) e terça-feira (1º). A entidade cobra um modelo de negócio mais justo para o setor de delivery, criticando as práticas atuais de grandes plataformas.
A mobilização dos entregadores, que ocorreu em mais de cinquenta cidades brasileiras e teve forte adesão em São Paulo, inclusive em cidades como Osasco e Barueri, reivindicou melhores condições de trabalho e remuneração. O impacto da paralisação foi sentido imediatamente pelos estabelecimentos de alimentação fora do lar. Segundo relatos, restaurantes da capital paulista chegaram a registrar quedas de até 100% nos pedidos intermediados por plataformas como o iFood, evidenciando a dependência do setor e a força do movimento dos trabalhadores.
O SinHoRes acompanhou a greve e se posicionou favoravelmente à pauta dos entregadores, argumentando que o modelo imposto pelas plataformas digitais prejudica todo o ecossistema. “Há muito tempo temos denunciado as práticas abusivas do iFood. Taxas exorbitantes, regras opacas, ausência de suporte e falta de transparência no algoritmo de distribuição de pedidos tornam o modelo insustentável”, afirma Edson Pinto, presidente do SinHoRes.
Segundo o presidente da entidade, em Osasco, onde a sede do iFood está instalada, a realidade enfrentada é de menos pedidos e menores incentivos, tornando o trabalho mais árduo e menos lucrativo. Diante desse cenário, o SinHoRes recomenda aos empresários do setor que busquem maior autonomia, investindo em estratégias próprias de delivery. A orientação é limitar a dependência das plataformas a cerca de 20% da operação, priorizando uma estrutura própria sempre que viável.
“Não se trata de negar a tecnologia, mas de repensar a forma como ela está sendo usada. A lógica atual serve aos aplicativos, mas penaliza os dois lados que mantêm esse mercado vivo: restaurantes e entregadores”, reforça Edson Pinto. “Seguimos firmes na defesa de um ecossistema mais saudável e responsável para todos os envolvidos: quem produz, quem entrega e quem consome”, completa.