Depois dos primeiros passos rumo ao aguardado entendimento entre o governo federal e o governo do estado em torno de uma política conjunta de enfrentamento da violência em São Paulo, a guerra não declarada entre o crime organizado e a polícia paulista fez uma vítima não letal que era, sob vários aspectos, também esperada: o cargo de secretário de Segurança Pública do estado. A busca por um substituto para o procurador Antonio Ferreira Pinto teria começado há dois meses. Seria, já à época, reflexo do aumento da violência, em parte creditada à sua visão de que a Rota – Rondas Ostensivas Tobias Aguiar – e o enfrentamento são a melhor forma de combater o crime.
Cria-se com novo secretário de Segurança expectativa de mudança
Cria-se, com o novo secretário, Fernando Grella Vieira, a expectativa de uma mudança de rumos na condução da política de segurança pública para o estado. Uma que favoreça o uso da inteligência e do cruzamento de informações no estancamento daquilo que mais afeta o crime organizado: o fluxo de caixa. O currículo de Vieira, também procurador e ex-coordenador dos trabalhos dos Gaecos (Grupos Especiais de Combate ao Crime Organizado) parece indicar que sim. Mas apenas o trabalho do dia-a-dia e os números que virão a seguir vão dizer o que acontecerá de fato.
O fato é que o novo secretário assume com uma enorme responsabilidade nas costas. A ponto de o governo do estado antecipar a divulgação de estatísticas sabidamente negativas para não desgastar já de início a imagem do estreante comando da secretaria. Enquanto isso, com medo, acuado, o cidadão comum aguarda ansioso o dia em que poderá voltar a viver a vida sem se preocupar em ser pego no meio do fogo cruzado.