
O Ministério Público do Estado de São Paulo entrou com ação civil pública com pedido de intervenção do Centro Universitário Unifieo. Na ação, o promotor de justiça Gustavo Albano Dias da Silva pede ainda, liminarmente, a destituição mediata dos atuais dirigentes da Fundação Instituto de Ensino para Osasco, mantenedora do Unifieo. O pedido deverá ser avaliado pelo juiz da 4ª. Vara Cível de Osasco.
Na ação, ajuizada no dia 10 de julho, o promotor defende a necessidade da tutela antecipada em porque os dirigentes da instituição de ensino estariam, segundo o MP, “empreendendo atividades incompatíveis com o espírito da entidade social, angariando lucros estratosféricos a si próprios e suas famílias, num concatenado sistema de nepotismo”. A atitude, justifica o MP, efetiva “negócios espúrios à custa do definhamento patrimonial da Fundação”.
Desde o ano passado, o Unifieo está no centro de uma polêmica envolvendo o não pagamento dos salários de professores, demissão em massa e denúncias de má gestão.
Leia mais: Se professor depende apenas de salário do Unifieo, “problema dele”, diz pró-reitor
Depois de uma greve de professores que durou mais de 30 dias por atrasos de salários (alguns reclamavam 6 pagamentos atrasados), cerca de 100 profissionais foram demitidos por justa causa. Em abril, a Justiça do Trabalho considerou a greve não abusiva e determinou a recondução de todos os educadores ao trabalho.

Dívidas de R$ 20 milhões
O Unifieo acumula mais de R$ 20 milhões em dívidas e desde o início da polêmica alega falta de recursos para quitar as pendências.
Ainda em novembro, a reitoria apontou como fatores para a crise o atraso em repasses do Fies, do governo federal, e a alta inadimplência dos alunos, que, segundo a instituição, teriam deixado de pagar R$ 6 milhões em mensalidades só no ano passado.