Vivemos uma época em que muito se espera da ação da população perante as crises ambientais. Economize água! Recicle! Não jogue lixo na rua! Use a bicicleta! Muitas vezes a mídia e diversas ações de educação ambiental estão focadas em transmitir estas informações com a esperança de que a solução seja assim, tão simples.
Não que essas ações não tenham poder de influência. Mas o que me leva a refletir é se esse tipo de mensagem é realmente eficaz, se leva à transformação. O que faz com que uma pessoa mude seus hábitos, em prol de um bem maior?
A educação ambiental muitas vezes é apontada como a grande solução ou, pela falta de ações, como a grande culpada dos problemas ambientais. Mas como será que se faz educação ambiental? Com uma palestra, um evento, uma campanha?
Na minha opinião todo o impacto sobre o meio ambiente tem um efeito educador. Para o bem ou para o mal. Cortar ou plantar uma árvore. Reestruturar o sistema viário. Instituir uma lei, aplicar uma multa. Criar um produto, lançar um novo empreendimento.
Cada uma dessas ações, entre tantas outras, tem o poder de transmitir a informação de como a sociedade está enxergando o seu meio ambiente. Mostra o que está sendo valorizado. E acaba por influenciar atitudes, mesmo que indiretamente.
Por isso acredito que as mensagens que são transmitidas para a população devem ser antecipadas e reforçadas por ações reais de proteção ao meio ambiente, que assegurem o direto a um meio ambiente saudável para esta e para as futuras gerações.
Aí então aquelas atitudes do dia-a-dia, como economizar água e trocar o carro pela bicicleta, ganharão uma força transformadora, quando somadas a esforços e modelos de todos os setores da sociedade, em todos os níveis de ação. Pois, assim como em outras áreas, pequenas ações de preservação ambiental também são motivadas por grandes exemplos.
Aparecido Pires de Castro (o “Tio Cido”) é geógrafo, gestor ambiental e Secretário de Recursos Naturais e Meio Ambiente de Barueri