
Ana Júlia e Andreza, as duas adolescentes, de 12 e 13 anos, que haviam desaparecido na noite da virada do ano, em Carapicuíba, voltaram para casa na última sexta-feira (4). Às famílias, elas contaram duas versões diferentes sobre o sumiço.
Andreza afirmou que as duas foram forçadas a entrar em um carro com dois rapazes durante a madrugada. Ana Júlia diz que a colega está mentindo por não querer contar a verdade à mãe e que elas entraram no veículo porque quiseram. “Fomos porque a gente quis”, declarou, ao “Cidade Alerta”, da Record TV (assista reportagem e entrevista das mães e de Ana Júlia abaixo).
Andreza diz que elas foram mantidas reféns pelos dois rapazes, que não davam comida a elas, “só água”, durante os quatro dias longe de casa. “Falavam que se a gente falasse alguma coisa iriam machucar minha mãe”. Ela diz ter sido abusada sexualmente e agredida, segundo a mãe, Cíntia da Silva. A garota não soube dizer onde ficou durante os quatro dias de desaparecimento.
Já Ana Júlia nega que elas tenham sido abusadas e afirma que as duas foram bem tratadas pelos jovens. “Eles compraram danone, pão, bolacha, tudo”. Sobre a amiga ter dito que elas não eram alimentadas, rebateu: “Não, eles deram comida para ela”. Com relação às supostas ameaças relatadas pela amiga, a garota também nega: “Não foi, os meninos nem arma tinham. Os meninos trataram ela bem”.
Os rapazes liberaram as garotas após a repercussão do desaparecimento delas nas redes sociais e na mídia. Elas foram deixadas próximo à casa da mãe de Andreza, Cíntia da Silva, que declarou ao “Cidade Alerta” que “já tinha perdido as esperanças” de encontrar a filha.
Já a mãe de Ana Júlia, Ângela Ferreira, diz que está “acostumada” com os sustos causados pela filha, que sumiu sem dar notícias pela décima vez. “Falei para ela não fazer mais isso. Colocou a vida das outras pessoas em risco”.
Ana Júlia e Andreza têm uma amizade de cerca de dez anos. O pai de Andreza já foi casado com a mãe de Ana Júlia. A mãe de Andreza não gosta da amizade das duas e culpa Ana Júlia pelo susto que passaram com o desaparecimento das garotas por quatro dias.
A polícia investiga o caso. Os rapazes envolvidos podem responder por cárcere privado e pedofilia.