Em vários locais do mundo vêm sendo implementados documentos que comprovam a imunização completa, com o objetivo de controlar o acesso principalmente a locais fechados como restaurantes, teatros, bares, museus, academias, entre outros. A medida ainda é vista como restritiva por algumas pessoas, que afirmam que a obrigatoriedade restringe o direito de ir e vir, porém o intuito não é proibir as pessoas de se movimentarem, mas incentivar a imunização e a proteção e cuidado com o próximo, explica o médico Malek Imad, especialista em gestão de saúde.
“A pessoa que transita por espaços fechados sem as duas doses da vacina não é só um risco para ela mesma, mas também para toda a comunidade a sua volta”, afirma. “Já a pessoa completamente imunizada tem uma carga viral reduzida, ou seja, a transmissão da doença tem menos chances de acontecer”, completa o médico.
Segundo um estudo realizado no Reino Unido pela Agência de Saúde Pública Nacional (PHE), com o imunizante da AstraZeneca, a propagação do vírus é cortada em 40% após as duas doses, baseado nas 300.000 famílias que participaram da pesquisa. Segundo o mesmo estudo, a maioria das vacinas deve ter em média a mesma redução de contaminação.
“Devemos encarar a vacinação e o ‘passe’ como um semáforo. Sou obrigado a frear no sinal vermelho porque coloco a minha vida e a vida do outro em risco caso não pare, essa é a regra” defende Imad.

Para Nova York, por exemplo, um dos primeiros locais a aderir ao comprovante da vacina após a iniciativa inicial do governo francês, essa é a única maneira de assegurar uma maior quantidade de vacinados e se prevenir quanto as possíveis variantes do vírus, principalmente em lugares com alta densidade de turistas.
De qualquer maneira, ele acredita que será impossível ‘fugir’ da vacina, já que muitos países da União Europeia, Japão, Israel e Coreia do Sul já pedem o comprovante da vacinação completa para receberem viajantes estrangeiros. “Acredito que o ‘passaporte da vacina’ seja um reflexo de como essa doença se comporta e como nós nos agimos em relação a ela. Ela nos envolve como comunidade e em retorno devemos parar de olhar para o individual e entendermos que cada vacina conta para todos nós”, defende o médico Malek Imad.