Leandro Conceição

Osasco e Carapicuíba estão entre as 15 cidades paulistas que aderiram ao programa “Crack, é possível vencer”, do governo federal, no dia 24, sexta-feira.
No estado deve ser aplicado um total de R$ 220 milhões em ações voltadas à segurança pública e à melhoria do atendimento em saúde e assistência social a dependentes químicos, de acordo com o governo federal.
Os municípios receberão recursos para a criação de leitos de acolhimento de usuários e ampliação dos serviços dos Centros de Atenção Psicossocial, entre outros itens. Na área da segurança pública, o projeto contempla a ampliação do videomonitoramento e novas bases móveis das Guardas Municipais.
“[O programa] integra política de assistência, de saúde, de cultura, de esporte etc., para que essas políticas articuladas possam ter mais eficácia no combate às drogas e no tratamento ao usuário”, explica o secretário de Assistência e Promoção Social de Osasco, Gelso de Lima.
Secretário faz críticas à “bolsa crack”
O secretário de Assistência e Promoção Social de Osasco, Gelso de Lima, faz críticas ao recém-lançado cartão Recomeço, do governo do estado. Para ele, a medida estadual é “paliativa”.
O cartão Recomeço, apelidado “bolsa crack”, oferece auxílio de R$ 1.350 mensais, durante seis meses, para o tratamento de dependentes químicos em instituições conveniadas.
“Toda iniciativa é bem-vinda, mas criar uma bolsa de R$ 1.350 para o usuário sem que haja uma política mais ampla não vai resultar em nada”, analisa Gelso.
“A pessoa vai para a clínica de recuperação, fica seis meses. Depois, volta para o mesmo ambiente [de antes do tratamento]. Que orientação essa família [do dependente] teve para receber a pessoa depois de sair da clínica de reabilitação?”, questiona o secretário osasquense.
Cadastro
Apesar das críticas, Gelso de Lima diz que o município está elaborando um cadastro de usuários para serem encaminhados ao projeto estadual.
“O [governo do] estado, que está aí há tantos anos sob o mesmo projeto [político] teria de ter sido mais eficaz. É um paliativo que não resolve o problema, mas ajuda a minimizar [o problema] e nós temos de fazer nossa parte”.
Sobre o projeto “Crack, é possível vencer”, que Osasco aderiu no dia 24, o secretário ressalta o fato de envolver ações integradas: “o governo federal faz outra coisa, integra política de cultura, esporte, assistência, saúde, para que essas políticas articuladas tenham mais eficácia no combate às drogas e no tratamento ao usuário”.