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Após o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, por seguranças do Carrefour, em Porto Alegre, na última quinta-feira (19), o Procon-SP notificou a rede para prestar esclarecimentos sobre as empresas que prestam serviços aos hipermercados. A resposta deverá ser apresentada em 72 horas a contar desta segunda-feira (23).
“O Carrefour precisa explicar como está selecionando as empresas que fazem a segurança de seus estabelecimentos, quais os critérios e o treinamento. Queremos saber por que casos de violência têm se repetido em suas lojas”, afirma Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP.
Desde sexta-feira (20), Dia da Consciência Negra, dia seguinte ao assassinato de João Alberto, protestos contra o racismo têm sido realizados em unidades do Carrefour por todo o país. Em Osasco, manifestantes pediram um boicote à empresa.
Além da morte de João Alberto Silveira Freitas, outros casos de violência envolvendo seguranças de empresas terceirizadas que prestam serviço ao Carrefour tiveram repercussão em todo o país nos últimos anos, como o assassinato da cadela Manchinha, em 2018, e o espancamento do técnico em eletrônica Januário Santana, um homem negro acusado de roubar o próprio carro, em 2009, ambos em Osasco. Em 2018, em São Bernardo do Campo, outro homem negro sofreu violência física de representantes da empresa, ficando, inclusive, com sequelas.
Segundo o Procon-SP, o Carrefour deverá explicar quais procedimentos administrativos foram adotados após o episódio; responder se o serviço de segurança é próprio ou terceirizado; se for terceirizado, quais empresas prestam serviços no estado de São Paulo e quais os critérios de contratação. Deverá ainda informar qual a política interna de treinamento de funcionários e prestadores de serviço quanto aos direitos e garantias do consumidor.