Como fundamento, um Plano Diretor tem como objetivo organizar e tornar acessível e democrático o uso e a ocupação do solo em uma determinada cidade. Em Cotia, o debate sobre a organização do Plano Diretor está mais uma vez invertido. Primeiro estão fazendo propostas, pra depois fazer debates. E o erro continua se acentuando!
Antes de mais nada, o poder público precisa ouvir as pessoas. Este é o alicerce de um Plano Diretor. Os passos deveriam ser assim: primeiro, reuniões para coletar dados e informações; segundo, de posse dos dados e ouvida a população, formular as propostas e aí criar as condições para o debate; terceiro, a partir daí, propor um Plano Diretor que será levado à Câmara Municipal para votação.
Há pouco menos de 10 anos, a Raposo Tavares era um caos. Hoje o caos se expandiu para a estrada de Caucaia, para a av. Antônio Mathias de Camargo, para a estrada Fernando Nobre, Estrada do Embu, Caiapiá, Capuava, Morro Grande, av. João Paulo Ablas e Ladislau Retti, todas tomadas por carros nos períodos de pico.
Então, antes de mais nada, precisamos ouvir as pessoas! Não haverá mobilidade urbana possível se a matriz de tráfego da cidade não for modificada radicalmente, trocando veículos individuais por transporte coletivo.
E como esta troca poderá ser feita? Primeiro garantindo que haverá ônibus em quantidade e qualidade o suficiente para substituir o transporte individual. Para isso, a administração pública precisa ter credibilidade, coisa que falta neste momento. Dito isso, vou para a terceira questão: somente um novo governo poderá oferecer qualidade para este debate.
Toninho Kalunga – ex-vereador em Cotia