Carol Nogueira
Estudantes da Escola de Artes César Antônio Salvi, no Centro de Osasco, estão descontentes com o curso de teatro da instituição. Sob a tutela da Secretaria de Cultura de Osasco, a escola atende aproximadamente 1.100 alunos e oferece também cursos de artes visuais, música e dança.
Alunos reclamam de falta de diálogo com a direção da escola
Os cerca de 300 estudantes matriculados na modalidade artes cênicas chegaram a organizar uma assembleia que gerou um manifesto do grupo, entregue ao secretário de Cultura Fábio Yamato. Além disso, há um abaixo-assinado com mais de 500 assinaturas de alunos e grupos de teatro do estado de São Paulo em apoio às reivindicações.
O documento reivindica a continuidade do formato de curso adotado neste ano, que, dizem, seria mais plural e colaborativo, com novas disciplinas e maior carga horária (passando de 4 para 9 horas semanais). Mas, segundo os estudantes, estaria sendo boicotado. Eles sugerem ainda a construção de um Plano Político Pedagógico (PPP), que alcançaria as demais modalidades de curso.
Falta de envolvimento
Os alunos se queixam que a direção e coordenação da escola nunca se envolveram no novo molde; não querem dialogar sobre o tema, chegando a boicotar o curso. “No início do ano as informações sobre o curso eram distorcidas, diziam que não tinha inscrição aberta”, reclama a aluna Camila Costa Melo.
Ao todo são sete turmas e as aulas acontecem nos períodos da manhã, tarde e noite, mas o modelo não teve adesão de todos os professores. “O curso da noite termina às 22h, mas por volta das 21h10 os funcionários da secretaria apagam as luzes do teatro e começam a fechar a escola. Os alunos menores de idade ficam trancados do lado de fora esperando os pais chegarem”, relatou Douglas René.
Outro lado
O diretor da Escola, Samuel Batista, rebate as críticas e diz que o novo modelo é um embrião de uma busca antiga da Secretaria da Cultura. A meta da pasta é torná-lo profissionalizante, com uma carga horária de 936 horas.“Existe um esforço para continuação e melhoria do curso”, mas acrescenta que a proposta é ficar “longe da pessoalidade no sentido de não fazer simplesmente a ideia de uma, duas ou três pessoas, fazer dentro das condições”, disse.
Em relação às demais críticas, Batista afirmou que toda reclamação é encaminhada e solucionada.
“Não houve esse episódio quanto às inscrições. O curso é anual e as pessoas que procuram no meio do semestre são encaminhadas para o próximo ano. Quanto aos horários, a escola fecha às 22h, nunca nenhum curso foi interrompido antes do horário. A porta da direção, coordenação e secretaria nunca está fechada. Todo o tempo que estivermos aqui, o acesso é total”, explicou.
O secretário Fábio Yamato afirma que a situação é delicada, pois há um receio dos mais antigos de desestruturar o que já existe. “Alguns grupos demonstram aversão, mas vamos dialogar com alunos, professores e demais funcionários para acertar as diferenças e lutar pelo mesmo objetivo sem prejudicar os alunos”, relatou.