Em entrevista coletiva realizada no final da tarde desta segunda-feira (17) em Taboão da Serra, a Polícia Civil e o Ministério Público (MP) forneceram detalhes sobre a investigação que concluiu que o atentado contra o ex-prefeito José Aprígio (Podemos) em outubro de 2024 foi forjado. As autoridades levantaram a hipótese de participação do próprio ex-prefeito no esquema.
Uma operação, batizada de “Fato Oculto”, foi deflagrada para apurar o envolvimento de suspeitos no caso, incluindo o próprio ex-prefeito. Durante a operação, foram apreendidos cerca de R$ 320 mil em espécie, além de armas de fogo e munição em grande quantidade. “Tudo isso vai nos ajudar a chegar à conclusão para que possamos oferecer uma denúncia contra essas pessoas”, explicou o delegado Hélio Bressan durante a coletiva.
Aprígio também foi alvo da operação desta segunda. Os investigadores apuram se o ex-prefeito tinha conhecimento da possível armação, e cumpriram mandados em endereços ligados a ele. O delegado afirmou que há indícios, embora não provas conclusivas da suposta participação de Aprígio: “Não há ainda como eu afirmar categoricamente que ele estava participando disso. A gente tem os indícios, algumas coisas que são… [sic] Não vou dizer estranho, mas, assim, fogem da normalidade. Mas ainda não tenho uma prova cabal para dizer assim: ‘Olha, ele participava disso’. Não posso falar”, declarou o delegado em entrevista coletiva a jornalistas.
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Segundo Bressan, uma reprodução simulada dos fatos foi realizada como parte da investigação. “Veja, se era para fazer um atentado contra o prefeito, ele esteve em alto grau de vulnerabilidade por diversas vezes naquele dia. Os indivíduos estavam próximos, e ninguém atirou”, questionou o delegado, levantando suspeitas sobre a real intenção dos envolvidos.
“Se era para fazer um atentado contra o prefeito, ele esteve em alto grau de vulnerabilidade por diversas vezes naquele dia e os indivíduos estavam na região, estavam próximos e ninguém atirou. Quer dizer, ele estava fora do carro. Aquilo já começou a deixar uma suspeita maior para a gente”, explicou o delegado.
A defesa de Aprígio alega, em nota divulgada no final da tarde de ontem, que o ex-prefeito é “vítima” no caso. A nota afirma ainda que o político foi “surpreendido” com o desdobramento das investigações e que o dinheiro apreendido durante a operação é de origem lícita, tendo sido “devidamente declarado em seu Imposto de Renda”.