Na próxima segunda, 24, o Conselho Tutelar de Osasco vai se reunir com a Diretoria de Ensino e diretoras das 52 escolas estaduais da cidade para falar do jogo Baleia Azul e, como os professores podem tratar essa questão de forma preventiva.
No dia 18, o colunista do jornal Correio Paulista Gilson Biondo recebeu a mensagem de uma diretora de escola, na região do bairro Bela Vista, que uma aluna estaria participando da brincadeira.
De acordo com Biondo que também é conselheiro tutelar, a jovem de 13 anos, já tinha executado desafios como caminhar por cima de um telhado e estava próximo da fase final do jogo, em que é induzida a cometer suicídio. “Ao perceber a gravidade da situação localizamos o pai dela e na segunda, a conselheira Graziele fez o desdobramento do caso. A adolescente já fazia acompanhamento conosco e ela aspirava a morte como benção”, relatou.
O jogo é praticado em grupos fechados de Facebook e WhatsApp. Os participantes são incentivados a cumprir 50 tarefas, a última delas, consiste em tirar a própria vida.
O conselheiro também contou que ela recebeu um vídeo e depois foi direcionada para conversar com um “curador”, que extraiu informações pessoais da garota. “A pessoa faz algumas promessas e permanece no jogo, sob ameaça de algo acontecer à sua família. Agora ela está bem e recebendo todo o apoio psicológico necessário. O caso está sendo investigado pela delegacia especializada por crimes em meios eletrônicos”, explicou.
Após a primeira ocorrência, Biondo disse que o Conselho Tutelar está acompanhando mais dois casos de adolescentes na faixa dos 15 anos, na região do Centro. “O Baleia Azul é só uma moldura diferente, o caso é muito crítico na cidade desde o ano passado, quando tivemos três suicídios de jovens. Têm vários fatores como desestrutura familiar, abandono, violência física e psicológica. Temos um problema crônico e precisamos tratar. Fazemos orientação e fortalecimento familiar”, destacou.
Monitoramento dos filhos na internet
Na sessão da Câmara de Osasco, que aconteceu nesta quinta, 20, o vereador Ricardo Silva (PRB) apresentou uma moção de repúdio ao jogo da Baleia Azul.
Silva destacou que pais devem ficar atentos às atividades dos filhos na internet. “A criança quer uma atenção e de repente, na correria do dia a dia, os pais acabam deixando essa atenção de lado, e as crianças acabam encontrando uma atenção na internet”, analisou.
A psicóloga da clínica Lares Silvia Rezende Azevedo Floh, diz que a conversa e orientação, são fundamentais para evitar que os adolescentes participem da brincadeira. “O diálogo é uma prevenção em todos os sentidos, não só para o jogo. As pessoas se preocupam com o remédio, quando a doença já se instalou”.