Quando acompanhamos pelos meios de comunicação os números da economia é razoável que tenhamos um certo pânico. Especialmente na atualidade, nestes tempos de recessão, dúvidas e incertezas, os números acabam pesando negativamente na grande maioria das análises. É como se tudo levasse a sociedade para um único caminho, para um abismo cuja tragédia, tantas vezes anunciadas, parece ser agora inevitável.
A pergunta que se faz é especialmente uma: Será que não temos alternativas e estamos fadados ao escárnio da dureza da realidade?
Antes que o leitor queira responder apressadamente, é bom lembrar que a ciência econômica é considerada para muitos como sendo uma ciência exata, algo que possibilita o exame apenas sob um determinado ponto de vista, e cujas opiniões devem ser consideradas como sendo inquestionáveis.
Neste artigo gostaria de maneira humilde de sugerir ao leitor do Visão Oeste que pare um pouco para pensar sobre esta e outras questões.
Digo isto porque, depois de tantos anos estudando e ensinando economia em universidades confesso que ainda me incomoda o fato de que tanta gente cheia de cultura ainda faça dos números uma espécie de bula papal. Como se os números da economia fossem infalíveis e inquestionáveis.
Ou seja, os números na maioria das vezes deixam de ser instrumentos de análise para se transformar em verdades absolutas, especialmente quando estes estão próximos dos parâmetros de pretensos analistas.
É fato que os números nos ajudam a compreender a economia, mas a vida é muito mais ampla e complexa, e precisa se referenciar em muitos outros elementos para que possamos enfim sair da ligeireza e dos apressamentos que tanto mal estar têm provocado na atualidade.