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A Sabesp informou esta semana ter pedido autorização para aumentar a tarifa de água e esgoto em 22,7% à agência reguladora do estado (Arsesp).
A companhia do governo do estado já havia sido autorizada pela Arsesp a reajustar a tarifa em 13,8%, mas alega que a alta é insuficiente para equilibrar as contas em meio aos prejuízos gerados principalmente pela crise hídrica no estado, que gerou redução no consumo de água.
Também pesa no orçamento da Sabesp o recurso destinado ao bônus concedido a clientes que reduzirem o consumo, que pode chegar a R$ 800 milhões se for mantido até o fim do ano.
Segundo a companhia, Osasco foi a cidade da Grande São Paulo que teve maior redução de consumo após o início da campanha que concede bônus a clientes que diminuírem e multa aos que aumentarem o uso de água em meio à crise hídrica.
A redução do consumo de água chegou a 84% dos imóveis na cidade, de acordo com a Sabesp. Desse total, 75% dos clientes ganharam o bônus e 9% economizaram sem desconto.
Proteste considera reajuste abusivo
Associações de defesa do consumidor, como a Proteste, consideram abusivo o reajuste de 13,8% autorizado pela Arsesp e, principalmente, o de 22,7% reivindicado pela Sabesp.
A Proteste defende que a alta na tarifa de água e esgoto siga a inflação medida pelo IPCA entre março de 2014 e 2015. “Os custos decorrentes da crise hídrica não podem ser repassados ao consumidor”, defende Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da associação.
“O consumidor não é sócio e nem investidor da companhia. Se em período de lucro não há repasse para as contas de água, não pode agora a empresa querer repassar os custos de suas perdas, por má administração”.