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Saúde mental e produtividade: como a gestão psicossocial redefine o ambiente empresarial

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Silva Rezende
Coluna de Silvia Rezende no Visão Oeste

A gestão psicossocial no ambiente empresarial tem se consolidado como uma estratégia indispensável para promover o bem-estar psicológico e social dos colaboradores, garantindo um equilíbrio entre saúde mental e produtividade. Em um cenário onde os transtornos mentais, como ansiedade e depressão, lideram os afastamentos no Brasil, com mais de 470 mil casos registrados em 2024, torna-se evidente a necessidade de ações efetivas para mitigar os impactos negativos no ambiente corporativo.

Entre os principais fatores psicossociais que afetam os trabalhadores estão o estresse, o assédio moral e a pressão excessiva. Esses elementos não apenas comprometem a saúde mental, mas também influenciam diretamente a produtividade e a qualidade de vida dos colaboradores. Para enfrentar esses desafios, empresas têm investido em treinamentos para líderes, suporte psicológico e monitoramento contínuo do clima organizacional.

A saúde mental no trabalho também ganha destaque por meio de programas internos voltados para transtornos como burnout, ansiedade e depressão. Ferramentas como pesquisas de clima organizacional e indicadores de bem-estar têm sido utilizadas para avaliar e monitorar a saúde mental dos colaboradores, permitindo intervenções mais precisas e eficazes.

Além disso, a criação de uma cultura organizacional saudável é essencial. Isso inclui o incentivo ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional, o respeito mútuo e a inclusão. Lideranças capacitadas para lidar com questões psicossociais e promover uma comunicação aberta e empática são fundamentais para consolidar um ambiente de trabalho mais harmonioso.

No Brasil, a atualização da NR-1 exige que as empresas identifiquem e gerenciem riscos psicossociais, reforçando a importância de ações preventivas para evitar adoecimentos mentais no trabalho. Entre as estratégias práticas, destacam-se o oferecimento de apoio psicológico, atividades de relaxamento, práticas como mindfulness e a flexibilização do trabalho, como horários alternativos ou trabalho remoto.

Essa abordagem integral não apenas reduz absenteísmo e turnover, mas também fortalece a produtividade organizacional, ao valorizar o bem-estar como prioridade. Em um mundo corporativo cada vez mais competitivo, investir na gestão psicossocial é investir no sucesso sustentável das empresas e na qualidade de vida dos colaboradores.

 

Autor

  • Silvia Rezende é graduada em Pedagogia e Psicologia pela PUC-SP, com especialização em Terapia Comportamental Cognitiva (IPq HC FMUSP/USP). É coordenadora técnica da Clínica LARES e professora do IPq HC FMUSP/USP, atuando também como psicóloga colaboradora no IPq e no PROSOL (FMUSP).

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