O MercadoLibre, dono do Mercado Livre no Brasil, atingiu o valor de mercado de 90 bilhões de dólares – o equivalente a cerca de R$ 514 bilhões –, na última sexta-feira (2). A marca alcançada pela gigante do e-commerce, que no Brasil está sediada em Osasco, superou a Petrobras – 83 bilhões de dólares –, tornando-a a empresa mais valiosa da América Latina.
O resultado foi registrado no mesmo dia em que a companhia completou 25 anos de existência e somou-se a mais um trimestre de recordes. Ainda na sexta-feira, o Mercado Livre divulgou o balanço dos últimos três meses, período no qual viu o lucro dobrar e ultrapassar os 530 milhões de dólares.
A companhia com sede em Osasco atribui os avanços aos investimentos recentes em tecnologia e na rede de distribuição. Dentre as modernidades está o modelo fulfillment, que permite aos vendedores armazenarem seus produtos nos galpões da empresa responsável também pela entrega. A modernização no modelo de marketplace também está entre os fatores, segundo a companhia.
No mesmo período, a receita líquida do MeLi superou os 5 bilhões de dólares. Deste total, 3 bilhões vieram do comércio eletrônico e os outros 2 bilhões foram da plataforma de pagamentos Mercado Pago.
Outro dado importante divulgado pela gigante do e-commerce é relacionado à velocidade da entrega, que no segundo trimestre de 2024 atingiu nível recorde no Brasil e na Colômbia. O Mercado Livre tem a entrega mais rápida nas principais capitais, como São Paulo e Cidade do México, segundo informações da companhia.
Conheça o Top 10 da América Latina em valor de mercado*
- Mercado Livre (Argentina/Brasil) – 90 bilhões de dólares
- Petrobras (Brasil) – 84 bilhões de dólares
- Walmart (México) – 55 bilhões de dólares
- Itaú Unibanco (Brasil): 52,3 bilhões de dólares
- Nu Holding Ltda. Nubank (Brasil): 52,2 bilhões de dólares
- América Movil (México): 50 bilhões de dólares
- Fomento Econ (México): 45 bilhões de dólares
- Vale (Brasil): 44 bilhões de dólares
- GMéxico (México): 41 bilhões de dólares
- WEG (Brasil): 36 bilhões de dólares
*Considerando dados de 2 de agosto de 2024
Osasco, terra de gigantes
O pódio do MeLi foi comemorado pelo prefeito de Osasco, Rogério Lins (Podemos), nesta terça-feira (6), nas redes sociais: “O Mercado Livre, que está sediado na nossa cidade, se tornou a empresa mais valiosa da América Latina, passando a Petrobras. Esse é o sinal de que o ‘Oz Valley’ está dando muito certo, traz progresso, desenvolvimento e emprego para a nossa população”.
Segundo maior PIB do estado de São Paulo e sétimo do Brasil, Osasco tornou-se a queridinha das gigantes de tecnologia nos últimos anos. O conglomerado osasquense de unicórnios – nome dado às startups que atingem valor de mercado superior a 1 bilhão de dólares –, reúne, além do Mercado Livre, empresas como iFood, Rappi e Facily.
A chegada das grandes empresas de tecnologia reforça ainda o anseio da cidade em consolidar-se como “Oz Valley”, uma espécie de “Vale do Silício”, em referência ao polo de tecnologia na Califórnia (EUA).
Além da expansão no setor tecnológico, Osasco abriu as portas para receber outras grandes empresas, tais como Havan, Mercado Car, Camil, OXXO, Shopper, Bimbo, Nestlé, Heineken, Jamef Transportes, Rakuten e outras. A cidade também abriga Bradesco, Foxbit Serviços Digitais, Lalamove e outras marcas.
O município tem realizado ainda uma série de ações para atrair empresas de tecnologia, tais como o Oz Valley Summit – um evento que reúne empresários e representantes de empresas sediadas na cidade com o objetivo de fomentar o setor. Na terceira edição realizada em maio, por exemplo, Rogério Lins falou sobre investimentos em tecnologia como uma forma de melhorar o cuidado à população.
“Nossa missão é cuidar de gente e investir em tecnologia é um dos meios. Por isso criamos nos últimos anos na cidade um ambiente propício para que Osasco se tornasse uma cidade tecnológica. Em nossas escolas, por exemplo, implantamos o Conecta OZ, programa que usa a tecnologia para incentivar e melhorar o aprendizado”, afirmou o prefeito, na ocasião.
