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O varejo do estado de São Paulo apresentou recuperação em fevereiro e registrou faturamento real de R$ 43,6 bilhões, crescimento de 2,7% em relação ao mesmo mês de 2015, quando faturou R$ 42,5 bilhões. Esse é o primeiro resultado positivo depois de 11 quedas mensais consecutivas. O aumento nas vendas do setor de supermercados e a inesperada reação positiva do segmento de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos foram os destaques do varejo no mês. Entretanto, vale ressaltar que por ser um ano bissexto, o varejo contou com um dia a mais de vendas em fevereiro.
Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).
Entre as 16 regiões analisadas pela Federação, apenas as de Osasco e de São José do Rio Preto apresentaram queda nas vendas em relação a fevereiro de 2015 , de 11,5% e 2,6%, respectivamente. A região do Litoral registou o melhor desempenho com um crescimento de 18,2% nas receitas, seguida pela região de Araçatuba (10,3%).
Das nove atividades avaliadas, cinco apresentaram crescimento nas vendas em fevereiro, com destaques para: farmácias e perfumarias (14,6%), supermercados (14,5%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (8,7%). Juntos, os três segmentos contribuíram com 6,3 pontos porcentuais (p.p.) para o resultado geral do varejo no Estado.
A assessoria econômica da Federação ressalta que a alta vista no setor de supermercados deve-se à mudança de comportamento do consumidor, que nos últimos meses priorizou o consumo de bens essenciais. Já o aumento registrado nas lojas de eletrodomésticos e eletrônicos reflete a fragilidade da base comparativa do segmento, que nos últimos 30 meses apresentou 28 quedas, o que induziu o aumento de promoções e liquidações.
Em contrapartida, quatro setores apresentaram retração no período e colaboraram, negativamente, com 3,8 pontos porcentuais para a queda do varejo. Foram eles: materiais de construção (-11,1%), outras atividades (-9%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (-5,3%) e concessionárias de veículos (-2,9%).
Segundo a Federação, embora a recuperação do varejo em fevereiro represente um alívio após consecutivas quedas nas vendas do comércio, não permite ser interpretada como permanente, pois os principais indicadores econômicos determinantes para o consumo estão em queda, com destaque para o aumento do desemprego e diminuição da renda.
Já nas projeções para o restante do ano, a Federação pondera que o registro positivo de fevereiro não amenizou a queda prevista para o setor em 2016, que até o momento aponta para uma retração geral de vendas ao redor de 5% em comparação ao ano passado.