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Tuanny Caroline, de 23 anos, é acusada de matar a própria filha, Maria Clara, de 4 anos, em Itapevi. O companheiro de Tuanny e padrasto da vítima, José de Jesus, de 34 anos, teria acobertado e crime.
No domingo (4), a mãe de Maria Clara disse que a menina havia se engasgado com um pedaço de pão e saiu na rua da casa onde mora para pedir ajuda aos vizinhos, que correram com a criança ao pronto-socorro. Ao perceber que o quadro de saúde de Maria Clara era muito grave, os médicos tiveram que fazer a transferência para o Hospital Geral de Itapevi.
A menina, que tinha paralisia nas pernas, chegou ao hospital com muitos hematomas, não resistiu e morreu no mesmo dia. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) revelou traumatismo cranioencefálico como a causa da morte. Também foram constatadas lesões recentes e antigas pelo corpo da menina. Segundo a reportagem exibida no “Cidade Alerta”, da Record TV, também foram encontrados sinais de violência sexual.
A delegada responsável pelo caso, Priscila Camargo Campos Gonçalves, afirmou à reportagem que Tuanny, que tem outro filho de 5 anos e está grávida do atual companheiro, tentou justificar as lesões de Maria Clara. Ela disse que a filha caía da cadeira onde ficava e se arrastava pelo chão de cimento. Depois, confessou as agressões.
“Ela disse que perdia a paciência com a criança várias vezes e acabava causando agressões. Ela não confessou diretamente que causou a morte criança, disse que não tinha a intenção de matá-la, mas contou que batia na criança”, explicou a delegada. “Sentimos muita frieza nas declarações dela”, completou.
Tuanny afirmou que batia na filha desde que a menina tinha 1 ano e 8 meses. “A gente não tinha prova né, mas pelo jeito que a gente ouvia a menina chorar, é porque ela sofria”, disse uma vizinha de Tuanny.
No dia em que a menina morreu, a polícia descobriu ainda que José, padrasto da criança, tinha colocado um pedaço de pão na boca de Maria Clara para simular o engasgo. Tuanny e José foram presos nesta segunda-feira (5), ainda no velório de Maria Clara. “Ele convive com a Tuanny há cerca de 1 ano, então ele tem a ciência do que acontece na casa. Se ele presenciava as agressões e não sabia nada, acabou agindo e participando desse crime por omissão”, declarou a delegada.
Os acusados foram presos temporariamente e vão responder por homicídio triplamente qualificado. Agora, a polícia quer ouvir o filho mais velho de Tuanny, que tem 5 anos, para saber se o menino também era vítima de agressões e de violência sexual.
A reportagem revelou ainda que Tuanny procurou a delegacia em janeiro de 2020 para prestar uma queixa contra o seu pai, de 44 anos. Na denúncia, ela afirma que seus dois filhos são frutos de estupros praticados pelo próprio pai. Apesar de ter sido chamada para depor novamente e detalhar o caso, ela não chegou a retornar à delegacia.