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Diocese de Osasco aguarda desfecho de processo que cita padre José Eduardo em tentativa de golpe

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Padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, é investigado por suspeita de participação em plano golpista / Foto: Reprodução/ Innstagram

A Diocese de Osasco se manifestou a respeito do indiciamento do padre José Eduardo Oliveira e Silva no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Procurada pelo Visão Oeste, afirmou, na manhã desta sexta-feira (22), que “está acompanhando atentamente a investigação conduzida pela Polícia Federal sobre as acusações envolvendo” o religioso e aguarda o desfecho do processo.

O nome de José Eduardo está na lista de indiciados divulgada ontem pela PF, na qual inclui também o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo as investigações, o padre supostamente fazia parte de um “núcleo jurídico” responsável por elaborar “minutas de decretos” que atendessem aos interesses golpistas. José Eduardo nega qualquer envolvimento.

Ainda de acordo com a investigação, José Eduardo teria participado de uma reunião no Palácio do Planalto, em novembro de 2022, com Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro, e Amauri Feres Saad, advogado apontado como suposto redator da minuta golpista que previa a prisão de ministros do STF, do presidente do Senado e a convocação de novas eleições.

No último dia 7 de novembro, o religioso prestou depoimento à PF no âmbito de uma operação deflagrada em fevereiro, que resultou na apreensão do celular, computador e passaporte dele. Na ocasião, a defesa do pároco de Osasco alegou, em nota nas redes sociais, que a inclusão de José Eduardo nas investigações seria um “equívoco”, argumentando que o padre não teria “conhecimento jurídico” para elaborar uma “minuta de golpe”.

Ontem, após a divulgação da lista de indiciados, um representante jurídico do padre disse ao portal “Metrópoles” que José Eduardo costuma ir à Brasília de forma periódica para prestar “atendimentos espirituais”, mas que não participou de qualquer reunião sobre golpe de Estado.

O padre ainda não se manifestou nas redes sociais sobre o indiciamento. Fez, no entanto, uma publicação no Instagram – aos 425 mil seguidores – de cunho fúnebre, na qual aparece ao lado de uma mulher a quem teria ministrado um sacramento católico voltado a doentes terminais: “Essa é uma das doentinhas que mandei para o céu há alguns anos. O lindo do ministério é o que nenhum média vê: é o espetáculo maravilhoso da redenção”.

Nos comentários da postagem, José Eduardo foi duramente criticado por internautas. “Você mandou, padre? Virou Deus agora? Um pouco de humildade faz bem”, disparou um. “Que vergonha para os fiéis ter um padre envolvido em coisas malignas”, comentou outro. Alguns fiéis saíram em defesa de José Eduardo, afirmando que estão “em oração” por ele.