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A perícia identificou o primeiro dos cinco corpos encontrados em um cemitério clandestino, no Jardim Primavera, em Carapicuíba. Trata-se da escrivã da Polícia Civil Liliane Júlia do Nascimento, que trabalhava na delegacia de Jandira e estava afastada por motivo de saúde.
Liliane estava desaparecida desde o início de janeiro. A policial morava sozinha, em uma casa em Jandira. Foi uma vizinha que enviou mensagem à irmã da escrivã para dizer que não tinha mais visto Liliane, segundo informações da reportagem exibida na terça-feira (1°), no “Balanço Geral”, da Record TV.
Um boletim do desaparecimento foi registrado pela família. Imagens de câmeras de monitoramento de residências vizinhas registraram a última vez que Liliane foi vista. “Ela saiu no dia 5, às 5h, de blusa vermelha, calça jeans. Voltou, deve ter esquecido alguma coisa e saiu. Depois não tem mais imagens dela”, disse uma vizinha da policial.
O corpo de Liliane foi encontrado no dia 24 de janeiro e estava enterrado em um terreno de 46 mil m², possivelmente utilizado por uma facção criminosa para descartar vítimas do “tribunal do crime”.
“O laudo aponta que ela sofreu várias facadas pelas costas e quase foi decapitada. Os sinais mostram que não foi uma morte qualquer, são requintes de crueldade que podem estar ligados à condição dela de atuar na segurança pública, como escrivã da Polícia Civil”, explicou o delegado Marcelo Prado, responsável pelo caso.
Investigações
Dos cinco corpos encontrados até o momento, o corpo de Liliane foi o primeiro a ser identificado. Segundo as investigações, esses corpos seriam de pessoas julgadas pelo “tribunal do crime” e que teriam chegado ao local amarradas e obrigadas a cavar a própria cova.
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A suspeita é de que tenham mais corpos enterrados no cemitério clandestino. “O local é complicado, tem muito mato e pegamos um período de bastante chuva. Mas vamos realizar buscas mais aprofundadas, com cães farejadores”, disse o delegado Marcelo Prado.
Os outros corpos encontrados foram encaminhados ao IML e passam pelo processo de identificação, assim como ocorreu com o corpo de Liliane. O caso está sendo investigado pelo 1° DP de Carapicuíba, que não descarta a ligação do cemitério clandestino com a morte recente de integrantes do Primeiro Comando da Capital.