Leandro Conceição
Em meio aos tratores e escombros que sobram após a remoção de mais de 200 famílias que viviam na favela da divisa entre Osasco e São Paulo, na região do Jardim Wilson, para obras de um corredor viário entre a região do Km 18 e a Marginal Pinheiros, na Capital, cerca de quatro famílias mantém seus barracos “ilhados” no local.
Um deles é o desempregado Cristiano Araújo, de 28 anos, que mora com a esposa na área. Ele conta que pegou o dinheiro da rescisão com a empresa onde trabalhava e, há oito meses, comprou uma casinha de alvenaria no local. Diz que pagou R$ 15 mil.

Com a remoção da favela, Cristiano afirma que não conseguiu ser incluído no Bolsa Aluguel ou encaminhado a um projeto habitacional, como a grande maioria das mais de 200 famílias que já deixaram a área. “Falaram que não tenho direito por estar há menos de um ano aqui”.
Ele minimiza o fato de estar ilhado em meio a tratores e escombros das moradias dos antigos vizinhos e diz que ficará no local enquanto for possível. “O importante é aqui dentro de casa. Fico aqui até quando der, não vou ficar no prejuízo”.

E Cristiano não deve ter muito tempo para resolver sua situação. De acordo com a Prefeitura de Osasco, as obras do corredor viário ligando a região do Km 18 à Marginal Pinheiros, executadas por meio de parceria com a administração municipal de São Paulo, devem ser concluídas até o fim do ano.