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Carol Nogueira
Para o vereador Nilson Cadeirante (SDD), o vídeo em que ele aparece recebendo cerca de metade do salário de um ex-assessor foi uma tentativa de “golpe”. O parlamentar sustenta a tese após disponibilizar ao Visão Oeste e a outros jornais vídeos que poderiam mudar o rumo das investigações realizadas pelo Ministério Público desde o dia 28 de janeiro (confira no site do Visão).
Nilson reconhece que o material apresentado aos jornalistas foi editado, mas o Ministério Público recebeu na íntegra. Num dos vídeos o vereador conversa com o ex-asssessor Erivelto da Silva Carvalho e o questiona se alguma vez houve partilha de salário. O ex- assessor nega. O jovem também não sabe justificar porque fez a filmagem e compromete-se a fazer uma declaração afirmando que nunca dividiu salário com o parlamentar.
Segundo o vereador, o dinheiro que fica em seu poder nas filmagem apresentada pela TV Record seria o pagamento por prejuízos causados pelo ex-assessor ao veículo da esposa de Nilson num acidente. O valor total do ressarcimento seria de R$1.700.
Nilson acredita que presidente da Câmara arquitetou “armação”
O vereador disponibilizou ainda outra filmagem em que aparece o presidente da Câmara Municipal, Nequinho Desanti (SDD) em reunião. Apesar de as legendas indicarem a presença de outros vereadores, não é possível identificá-los.
Na filmagem, Nequinho relata uma conversa com Dr. Rogério (PC do B), vereador a quem teria consultado na condição de advogado. “Se a carta que o senhor pediu para o menino [ex-assessor de Cadeirante] trazer aqui, for aquela carta da denúncia, nós estamos todos encrencados, porque acusa duas coisas ali… não é só do dinheiro, do fantasma… quando pega fantasma, pega funcionário e quando pega funcionário, pega todos nós”, explica Nequinho no vídeo.
De acordo com Cadeirante, a reunião foi realizada no dia 10 de janeiro, durante o recesso, e anterior à veiculação da denúncia na TV Record. Nequinho confirmou o encontro: “Eu me reuni com os vereadores e questionei sobre o que faríamos com mais uma denúncia na casa e eles me disseram para enviar à comissão de ética e que, se houvesse denúncia, o menino [Erivelto] devia apresentar”, disse. Ele desqualifica as novas revelações. “Não fui eu que com um ano de vida pública fui pego tomando dinheiro de funcionário”, acusa.