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Previdência// Governo interino e centrais sindicais discutem reforma
Um dos grandes defensores45 do impeachment de Dilma Rousseff, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), presidente da Força Sindical, criticou o Ministério formado pelo presidente interino Michel Temer. Para ele, na montagem ministerial, “os trabalhadores foram esquecidos”.
“Os trabalhadores não estão no Ministério do Temer. Foi montado um Ministério e os trabalhadores foram esquecidos”, disse Paulinho, no Palácio do Planalto, momentos antes de participar de reunião do grupo de trabalho entre representantes do governo e das centrais sindicais para discutir uma possível reforma da Previdência. O grupo deve apresentar uma proposta sobre o tema até o mês que vem.
Paulinho da Força declarou que a central sindical é contra alterações na idade mínima de aposentadoria para quem já está no mercado de trabalho. “Afetar trabalhadores na ativa é algo inegociável. Seria um caos. Imagina uma reforma que prejudique 49 milhões de brasileiros. Isso não passa. É penalizar as pessoas que estão no mercado e que foram contratados dentro dessa regra”.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou esta semana que é favorável à fixação de idade mínima para aposentadoria e que a proposta das centrais de que as mudanças só afetem quem ainda não entrou no mercado “é uma má solução” e “só vai fazer efeito num prazo muito longo”. “Do ponto de vista da dívida pública, é uma má solução. Aí, teremos de discutir quais são outras despesas públicas que terão de ser cortadas durante os próximos anos”, disse o ministro da Fazenda.
“Estapafúrdias”
Em nota na semana passada, antes da formação do grupo de trabalho sobre a Reforma da Previdência, o presidente da Força Sindical afirmou que são “estapafúrdias”, as propostas para a Previdência defendidas inicialmente por Meirelles.
“A estapafúrdia ideia defendida pelo atual ministro é inaceitável porque prejudica quem ingressa mais cedo no mercado de trabalho, ou seja, a maioria dos trabalhadores brasileiros”, declarou Paulinho da Força.
CUT rejeita convite de Temer
A CUT recusou o convite para participar do grupo de trabalho sobre a reforma da Previdência. “A CUT não reconhece golpistas como governantes. Por isso, não foi à reunião que Michel Temer realizou na segunda feira, 15, com as centrais sindicais”, declarou a central, em nota assinada pelo presidente, Vagner Freitas.
“A CUT vai continuar defendendo os interesses da classe trabalhadora, principal vítima do golpe, exigindo a volta do Estado do Direito e do mandato da presidenta Dilma, legitimamente eleita com mais de 54 milhões de votos”.