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Presidente do Banco do Brasil defende privatização em reunião com parlamentares

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Fachada de agência do Banco do Brasil no Centro de Osasco / Foto: reprodução/Google

Em reunião com parlamentares nesta segunda-feira (8), o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, defendeu a privatização do banco devido crescente competição no setor e as, segundo ele, “amarras que nós temos no setor público”.

“A minha dúvida é se, com as amarras que nós temos do setor público, vamos ter velocidade de transformação que nos permita uma adaptação a esse novo mundo. Eu sinceramente desconfio que não”, disse Novaes.

“Hoje, o Banco do Brasil, apesar de ser extremamente eficiente, ter um pessoal extremamente qualificado e dedicado, concorre com os outros bancos com bolas de chumbo amarradas aos pés. As decisões são todas demoradas, têm que passar por TCU, Sest, Secom, CGU…”, continuou.

Deputados da oposição criticaram a defesa ideia de privatização do Banco do Brasil. “Ele deveria continuar sendo do povo brasileiro. É fundamental ele continuar apoiando a agricultura. E, evidente, ele não pode ter uma lógica só de ter lucros”, salientou o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

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Ao defender privatização, Rubem Novaes afirmou que Banco do Brasil “concorre com os outros bancos com bolas de chumbo amarradas aos pés” / Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados (Arquivo)

Empréstimos

O presidente do Banco do Brasil também admitiu que há uma dificuldade dos bancos em se interessarem pelo crédito para o pequeno empresário neste momento. “E não é uma demanda saudável. É a demanda dos desesperados. Não é uma demanda para produzir, não é uma demanda para vender, não é uma demanda para investir”.

Ele disse que o Banco do Brasil já prorrogou quase R$ 25 bilhões de empréstimos de pequenas e médias empresas. Os novos créditos, porém, atingiram pouco mais de R$ 8 bilhões.

A diretoria do banco confirmou que clientes que não pagaram as suas dívidas há menos de 5 anos não terão acesso a crédito novo no BB, mesmo na situação atual.

“É muito difícil atingir o pequenininho. O custo de servir, o custo de atingir o pequeno geralmente não compensa para o sistema bancário. O banco passa a ter outras atividades que o remuneram melhor. Se tem uma atividade com menor atratividade, o banco vai buscar aquilo que lhe interessa mais fazer, é natural”, afirmou Rubem Novaes.

O presidente do Banco do Brasil disse que o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) deve decolar agora porque o governo vai garantir 85% do prejuízo dos créditos não pagos.