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Projeto que institui o Dia da Luta contra a LGBTfobia em Osasco é tema de encontro na Câmara

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Encontro foi realizado na segunda-feira

A mandata coletiva da Ativoz (Psol) reuniu, na noite da última segunda-feira (10), especialistas, representantes da sociedade civil, coletivos e simpatizantes para discutir o Projeto de Lei que pretende instituir no calendário oficial de Osasco o Dia da Luta Contra a LGBTfobia a ser comemorado anualmente no dia 17 de maio.

Além das denominações que caracterizam o preconceito e a violência contra a população LGBTQIA+, o combate à violência e à desinformação foram os temas principais do debate. O Brasil é o país que mais mata pessoas do grupo no mundo, segundo levantamento da ONG Transfender Europe.

Angela Bigardi, da Rede Emancipa em Osasco, que mantém parceria com países do continente africano e oferece cursinho gratuito para estudantes, aproveitou a oportunidade para esclarecer sobre o papel da Educação no combate à violência. “O combate à LGBTfobia também é uma bandeira da rede emancipa. E o apoio é fundamental. E a aprovação deste projeto dará mais visibilidade e reforça a luta. Porque só a educação e políticas públicas eficazes combaterão a violência contra os LGBTQIA+”, comentou ngela.

Marcela Negrissima, representando a UNEGRO, reforçou a necessidade da luta pelo movimento, mas também da luta pelas mulheres que sofrem violência. “Nós precisamos ter mais empatia, acolhimento, respeito, comover os cidadãos, precisamos acolher e receber a todos. Necessitamos de muito mais luta e políticas públicas que nos atenda, nos atenda como mulheres principalmente”, esclareceu Marcela.

Por parte das Mães da Resistência, Monalisa Carvalho de Godoi, concorda que a luta é diária. Mãe de um menino trans, relatou os próprios combates que travou em defesa de seu filho e do sentimento de impotência que sentia quando as conquistas demoram a chegar. “Não é moda, não há erro na educação quando uma criança é trans, ninguém escolhe sofrer. É muito difícil ver adolescentes tentando suicídio por falta de apoio. É uma luta que precisa ser validada”, disse Monalisa.

A psicóloga Deise Oliveira abordou as questões sobre a saúde mental no combate à violência e também sobre a necessidade de políticas públicas para atender a comunidade LGBTQIA+. “Não nos orgulhamos de números sobre assassinato e sobre suicídios. Precisamos debater e discutir esses temas. Cabe aos profissionais da saúde mental investigar traumas que acometem a população. Mas eles também precisam de apoio e estrutura para realizar os atendimentos”, afirmou Deise ao reforçar a necessidade de ampliar o número de CAPS na cidade.

Higor Andrade agradeceu a cessão do espaço para o debate sobre o Projeto de Lei, mas cobrou mais participação das autoridades que estão na defesa da pauta. “É difícil ver um espaço que deveria estar lotado com poucas pessoas, inclusive dos próprios movimentos. Precisamos ampliar o debate, levar informação e esclarecimentos para todos e é fundamental a participação de todos”, afirmou.

Participaram ainda do evento nomes como a drag queen osasquense Tiffany; Luis Felipe, do Núcleo LGBTIA+ de Osasco e região; Paula Veneroso, do Coletivo Juntas; Alessandra Lopes, a Dundum, da Associação das Transexuais e Travestis de Osasco (ATTO); e a vereadora Elsa Oliveira (Podemos), entre outros convidados.