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Sangue encontrado em carro de suspeito preso pode ser de Vitória, diz delegado

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Corpo da jovem foi encontrado e identificado pela família /Foto: Reprodução

Foram encontrados vestígios de sangue no carro de Maicol Antônio Sales dos Santos, de 27 anos, um dos suspeitos de envolvimento na morte de Vitória Regina de Souza. Segundo o delegado e diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, o sangue pode ser da adolescente.

“O Corolla de Maicol tinha sangue no porta-malas. Tudo leva a crer que possa ser da vítima. Foi encaminhado para um laboratório de DNA. É um processo demorado. É necessário fazer um refinamento. O sangue acaba se misturando com algumas propriedades que estão no local”, destacou o delegado durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (10).

O material encaminhado para o laboratório deve ficar pronto entre 30 e 40 dias, ainda de acordo com Luiz Carlos do Carmo.

Maicol é o único suspeito preso até o momento. Ele é vizinho da família da jovem que foi brutalmente assassinada e dono do Toyota Corolla apontado pela polícia como o veículo que teria perseguido Vitória antes do desaparecimento dela. Maicol foi preso no sábado (8), passou por audiência de custódia e teve a prisão mantida.

O pedido de prisão foi acatado pela Justiça após a investigação apontar inconsistências no depoimento dele. De acordo com a polícia, Maicol disse que estava em casa com a mulher na noite em que Vitória desapareceu. Porém, também aos policiais, a esposa do suspeito desmentiu e negou estar com Maicol. Ela relatou que só se encontrou com o marido no dia seguinte, pois estava na casa da mãe.

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Vitória está desaparecida desde quarta-feira / Foto: Reprodução

Além disso, ao menos dois vizinhos da casa onde ele mora relataram aos investigadores “movimentações estranhas” no dia do crime. Eles perceberam ainda que o carro de Maicol, que ficava todos os dias do lado de fora, não estava lá na noite do desaparecimento da jovem.

A Justiça também autorizou buscas na casa e a quebra de sigilo de dados telemáticos de dispositivos eletrônicos de Maicol. Nesta segunda-feira (10), investigadores foram à residência do suspeito para realizar uma perícia minuciosa. A suspeita é de que o imóvel tenha sido utilizado como cativeiro de Vitória. Nos trabalhos, os investigadores estão utilizando o luminol, mesma substância que identificou vestígios de sangue no carro de Maicol.

Polícia Civil descarta participação do pai na morte de Vitória

Também na coletiva de imprensa desta segunda-feira (10), a Polícia Civil afirmou ter descartado a participação de Carlos Alberto Souza, pai de Vitória Regina, como suspeito pela morte da filha.

Ontem, em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, do “Domingo Espetacular”, o pai de Vitória disse ter recebido com surpresa a informação de que seria um dos suspeitos da morte da própria filha por omitir que ligou para Vitória na data do desaparecimento. “Qual o pai que vai querer a morte de sua filha? Nunca ninguém me perguntou nada sobre ligações. Qual é o pai que não tenta falar com a filha quando ela desaparece? Liguei várias vezes mesmo”, destacou, reforçando que não foi convocado para depor formalmente à polícia e que não tem “nada a esconder”.

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Pai de Vitória Regina em entrevista exclusiva ao “Domingo Espetacular” /Foto: Reprodução/Record TV

No dia em que Vitória desapareceu, em 26 de fevereiro, o carro de Carlos Alberto quebrou e estava na oficina, o que o impediu de buscar a filha no ponto de ônibus, como costumava fazer diariamente. O corpo da adolescente foi encontrado uma semana depois, degolado, sem roupa e com sinais de violência, em uma área de mata localizada a cerca de cinco quilômetros da casa dela, em Cajamar. O velório foi marcado por comoção e revolta.

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Corpo de Vitória é velado sob forte comoção em Cajamar / Fotos: Reprodução/Record TV

Suspeitos

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou hoje mais cedo, em nota, que “a lista de suspeitos é elaborada com base nas pessoas próximas à vítima ou ao crime, sendo alterada com o desenrolar das investigações”. Depois, na coletiva de imprensa, o delegado Luiz Carlos afirmou que, além de Maicol, Daniel Lucas Pereira, seria outro suspeito. A relação dele com a vítima, no entanto, ainda não está clara.

Daniel teve a prisão negada pela Justiça no sábado. Porém, a quebra do sigilo do telefone dele foi autorizada. “Daniel permanece como suspeito em razão de que temos aqui o celular dele apreendido. No aparelho, há imagens feitas dias antes no local onde a vítima desceria. Foi gravado no celular dele. Poderia ser uma filmagem já preparando o arrebatamento [da Vítima]”, afirmou o delegado. Com isso, a polícia pode voltar a solicitar a prisão de Daniel, segundo Carmo.

Um ex-namorado de Vitória, cujo pedido de prisão feito pela Polícia Civil também foi negado pela Justiça, também está entre os principais suspeitos, ainda de acordo com o delegado.

Pelo menos 18 pessoas foram ouvidas pela polícia e 10 aparelhos celulares enviados à perícia após autorização da Justiça. As investigações continuam. Além de tentar descobrir quem é o autor do assassinato e a coautoria, os investigadores seguem tentando esclarecer como tudo aconteceu.

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