
Kleber, o segurança que causou a morte de um cachorro após agredi-lo com uma barra de ferro no estacionamento do Carrefour de Osasco, na avenida dos Autonomistas, prestou depoimento à polícia na delegacia do Meio Ambiente da cidade tarde desta quinta-feira (6).
Ele negou que também tenha tentado envenenar o animal, como acusam protetores, e disse que está “muito arrependido” de ter agredido o cão. Kleber foi hostilizado por um grupo na saída da delegacia.
Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais pode render detenção, de três meses a um ano, e multa e a pena é aumentada em até um terço se ocorre morte do animal. No entanto, o agressor dificilmente vai para a prisão nestes casos.
“A questão é esta pena máxima de um ano. Uma pena desse tamanho acaba jogando a conduta para o Juizado Especial Criminal, que o considera como um crime de menor potencial ofensivo”, afirmou Carlos Cipro, presidente ABRAA (Associação Brasileira de Advogadas e Advogados Animalistas), ao Uol. “Então ele não vai para a cadeia. Se não for reincidente, vira prestação de serviços, esse tipo de coisa”.
Na quarta-feira (5), o Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito civil para apurar o caso.
Internautas organizam nova manifestação no Carrefour de Osasco
Internautas e ativistas da causa animal têm convocado pelas redes sociais mais uma manifestação em repúdio pela morte de um cachorro após ser agredido por um segurança do Carrefour de Osasco. A manifestação deve ser realizada na tarde de sábado (8).
O Carrefour voltou a se pronunciar nesta terça-feira (4) sobre a morte de um cachorro após ter sido agredido a pauladas por um segurança do hipermercado em Osasco, no último dia 28. “O Carrefour reconhece que um grave problema ocorreu em nossa loja de Osasco. A empresa não vai se eximir da responsabilidade”, diz a rede.
“Estamos tristes com a morte desse animal. Somos os maiores interessados para que todos os fatos sejam esclarecidos. Por isso, aguardamos que as autoridades concluam rapidamente as investigações. Qualquer que seja a conclusão do inquérito, estamos inteiramente comprometidos na reparação desse dano”, continua a empresa.
A rede diz ainda que está recendo sugestões de entidades e ONGs ligadas à causa que vão auxiliar na construção de uma nova política para a proteção e defesa dos animais. Desde o início do caso, o Carrefour mantém o segurança, de uma empresa terceirizada, afastado.
Um vídeo, divulgado inclusive pela ativista e apresentadora Luisa Mell, mostra o segurança com uma barra de alumínio tentando atacar o animal. “Estou passando mal com as imagens”, declarou.
O jurista Fernando Capez, deputado estadual, acompanhou Luisa Mell na delegacia do Meio Ambiente de Osasco: “O cachorro foi agredido, teve hemorragia interna e externa, com sangramento. Demorou demais para atender, morreu também omissão de socorro. A abordagem não foi adequada e tem que ser investigada, administrativamente, criminalmente e civilmente pelo Carrefour”. Luisa Mell completou: “Isso não vai ficar assim”.
O presidente da ACRIMESP (Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo), Ademar Gomes, anunciou que a entidade deve processar o Carrefour e o segurança que teria agredido a pauladas e causado a morte do cachorro.
De acordo com ele, o Carrefour será processado por dano moral e por maus tratos, no valor de R$ 500 mil. Gomes afirma que o valor da causa será revertido ao Instituto Luisa Mell.
Ativistas da causa animal realizaram um protesto dentro do Carrefour de Osasco, em meio aos clientes, no último sábado (1º) e prometeram novas manifestações, além de pregarem boicote à empresa nas redes sociais.
Famosos também se sensibilizaram com a morte do animal e cobraram a empresa. Nesta terça-feira, foram aprovadas Moções de Repúdio pelo caso na Câmara Municipal de Osasco.