Dia após dia, nós trabalhadores estamos sendo castigados com uma enxurrada de medidas e anúncios que miram diretamente nos nossos direitos.
O Congresso Nacional mais conservador da história desde 1964, primeiro foi decisivo na troca de uma presidente eleita pela maioria do povo, mesmo que as justificativas para o processo de impeachment tenham sido absolutamente oportunistas e cheias de furos. Depois, sob a batuta de Temer, o governo tratou de mirar sua artilharia pesadamente contra os direitos dos trabalhadores, com projetos como o da terceirização e a PEC do Teto de Gastos Públicos (que pretende cortar recursos dos programas sociais, da saúde e da educação).
Como se não bastasse, o mesmo governo articula uma reforma Trabalhista e outra Previdenciária, que a pretexto de reduzirem gastos públicos e desonerarem a atividade produtiva, novamente mostram que visam atingir diretamente os direitos por nós conquistados ao longo dos últimos anos. Em paralelo, correm ainda medidas para criminalizar os movimentos sociais e dificultar ainda mais a articulação e o financiamento do movimento sindical.
Essa agenda não atende aos interesses dos trabalhadores. Assim como não atende aos nossos anseios as articulações para tentar passar a anistia ao caixa 2, justamente quando se discute projetos de combate à corrupção no país.
E pior: enquanto o governo tenta parecer em sintonia com o grito das ruas pelo combate à corrupção, suas lideranças mais proeminentes figuram de forma permanente nas notícias, denunciadas em escândalos que flagrantemente colocam interesses pessoais acima de interesses coletivos.
Diante desse imenso pacote de maldades, é de fundamental importância que cada um de nós mantenha-se em alerta constante, acompanhando as notícias através dos canais e informativos do Sindicato e preparado para atender ao chamamento das ruas e das fábricas para lutarmos contra tudo isso.
Os comerciários, os metalúrgicos, os companheiros da construção civil, os bancários e todos os demais trabalhadores e trabalhadoras são a grande força que move este país. E não vamos nos calar frente às tentativas de uma elite sem representatividade de retroceder em tudo aquilo que avançamos rumo a um país com mais justiça social e democracia.
*José Pereira da Silva Neto é presidente do Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região (Secor)