Leandro Conceição
Audiência pública sobre a “reorganização” do ensino nas escolas estaduais, que vai levar ao fechamento de 94 escolas pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), foi alvo de críticas de professores, estudantes e vereadores em audiência pública na Câmara Municipal de Osasco na terça-feira, 27.
Na região, serão fechadas 14 escolas estaduais. Os prédios serão reaproveitados na área da Educação, repassados aos municípios para serem escolas municipais, Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (Ceeja) ou Centro de Estudo de Línguas (CEL), informou a Secretaria de Estado da Educação na quarta, 28 [veja tabela].
Na audiência em Osasco, o secretário-geral do Sindicato dos Professores (Apeoesp), Leandro Alves Oliveira, afirmou que o objetivo do governo Alckmin é “o enxugamento da máquina, fechar escolas, reduzir custos”.
Apesar de o governo do estado negar, um dos riscos das mudanças é a superlotação de salas, declarou o secretário da Apeoesp. “Existem hoje inúmeras escolas no estado com 40, 50, 60 alunos [em sala de aula]”.
Outro risco é a “demissão” em massa de professores temporários. “42 mil professores são categoria ‘O’ (possuem contratos anuais) no estado, não têm a garantia de emprego no próximo ano. Com esse projeto de fechar escolas, reduzir escolas, 42 mil professores, num primeiro momento, serão ‘demitidos’. Aliás, não é nem ‘demitidos’, já que a coisa é tão precária que nem contrato eles têm”, alertou Leandro Oliveira.
“Truculência”
O professor também protestou contra a falta de debate prévio sobre a proposta de ‘reorganização’ do ensino com a sociedade: “Ninguém participou de debate nenhum sobre a ‘reorganização’ do ensino”.
O presidente da União dos Estudantes de Osasco, Igor Gonçalves, reclamou da “truculência” do governo Alckmin na educação e lembrou de protestos de professores reprimidos com violência pela Polícia Militar. “A gente acompanha, durante esses 20 anos de PSDB [no governo paulista], um governo truculento na educação”.
Nesse processo a gente vai ter uma escola melhor
A diretora de Ensino da Região de Osasco, Irene Machado, reclamou na audiência pública de boatos de que sete escolas de Osasco seriam fechadas e disse acreditar na melhora na qualidade do ensino com as mudanças promovidas pelo governo do estado. “Nossa gestão é séria, comprometida com o investimento feito na escola pública. Nesse processo a gente vai ter uma escola melhor”.
A reorganização vai separar a maioria das escolas em unidades de ensino fundamental 1, para crianças do 1º ao 5º ano; ensino fundamental 2, do 6º ao 9º ano; e ensino médio.
A Secretaria de Estado da Educação afirma que os alunos afetados não serão transferidos para acima do limite de 1,5 km. Em todo o estado, 311 mil alunos terão de mudar de escola e 1,4 milhão serão diretamente impactados.
Escolas da região afetadas pela “reorganização” de Alckmin
Osasco:
Antonio Paiva de Sampaio – Destinação: Centro de Estudos de Línguas (CEL)
Guilherme de Oliveira Gomes – Destinação: Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (Ceeja)
Barueri:
Amador Aguiar – Destinação: Escola Municipal
Henrique F. Gomes – Destinação: Escola Municipal
Ivani Maria Paes – Destinação: Escola Municipal
Jardim Maria Helena I – Destinação: Escola Municipal
Jardim Paulista – Destinação: Escola Municipal
José Leandro de B. Pimentel – Destinação: Escola Municipal
Lênio Vieira de Moraes – Destinação: Escola Municipal
República de Cuba – Destinação: Escola Municipal
República de El Salvador – Destinação: Escola Municipal
Carapicuíba:
Oscar Graciano – Destinação: Diretoria de Ensino
Cotia:
Pequeno Cotolengo Prédio alugado devolvido. Alunos mudarão para nova escola
Jandira:
Oswaldo Sammartino – Destinação: Escola Municipal