As investigações sobre a morte brutal da jovem de Cajamar Vitória Regina, aos 17 anos, podem estar perto de um desfecho. Nesta terça-feira (18), o delegado e diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, afirmou que o principal suspeito confessou o crime e que agiu sozinho.
O suspeito em questão é Maicol Antônio Sales dos Santos, de 27 anos, que está preso desde o dia 8 de março após inconsistências em seu depoimento. Segundo as investigações, Maicol tinha “obsessão pela vítima” e a monitorava há cerca de um ano pelas redes sociais.
Maicol é dono do Toyota Corolla apontado pela polícia como o veículo que fez o mesmo trajeto que Vitória antes do desaparecimento dela. Segundo o delegado, uma testemunha confirmou que o carro visto na redondeza onde a jovem desapareceu era o de Maicol, mas que a pessoa que dirigia o automóvel utilizava um capuz. Nas investigações, a polícia descobriu que Maicol tinha um capuz comprado recentemente em uma plataforma de e-commerce.

Além disso, com a quebra de sigilo do celular do suspeito, foram encontradas várias fotos da vítima, de facas e revólver, além de dezenas de fotos de outras garotas com características físicas semelhantes às de Vitória. Segundo a investigação, os registros haviam sido apagados do celular logo após Maicol ser apontado como suspeito. No entanto, com o auxílio do software israelense Cellebrite, foi possível ter acesso aos arquivos.
As investigações também apontaram que Maicol visualizou a última publicação feita por Vitória em uma rede social quando esperava o ônibus para voltar para casa, na região de Ponunduva, zona rural de Cajamar, na Grande São Paulo. A suspeita é de que, com isso, ele saberia o horário exato que a jovem chegaria.
“Há muito tempo ele vinha perseguindo a vítima. E, na sequência, o arrebatamento [sequestro]. A prova cabal, foi ontem à noite, quando ele quis confessar o crime. E essa confissão foi tomada. Ele deu sua versão e fica muito claro que ele era obcecado pela vítima”, reforçou o delegado Luiz Carlos nesta manhã. “Não restam dúvidas de que ele praticou esse crime sozinho”, completou.

Vitória morreu por hemorragia traumática em decorrência de lesões provocadas por três facadas, de acordo com laudo do Instituto Médico Legal. Foi encontrado álcool no sangue da vítima, que indica um “processo de fermentação característico da putrefação”. Também foi descartado que a adolescente tenha sido violentada.
A jovem desapareceu no fim de fevereiro e foi encontrada sem vida uma semana depois, em uma área de mata e de difícil acesso, em Cajamar. Aproximadamente 18 pessoas foram ouvidas e apenas uma delas foi presa, Maicol. Outros suspeitos foram descartados no decorrer das investigações.
A polícia aguarda os resultados de exames para saber se o sangue encontrado no carro de Maicol é de Vitória para dar seguimento o caso investigado no Distrito Policial de Cajamar.