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“Empático e sensível”: internautas defendem médico demitido após “receitar” sorvete e Free Fire para menino em Osasco

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medico sorvete osasco
Receita / Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal

A demissão do médico Marcos Wesley ocorrida na terça-feira (30), após “prescrever” sorvete e jogo Free Fire para um menino de 9 anos que estava gripado, repercutiu na Internet e gerou uma onda de solidariedade ao profissional, que trabalhava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Conceição, em Osasco.

Internautas defendem a maneira com a qual ele se sensibilizou com a criança e criticam a demissão. “Gente, qual o problema? A medicação está toda aí. Foi só uma forma divertida e humana de aliviar a situação […]. Além disso, tem vários estudos falando do benefício de coisas geladas tipo sorvete para aliviar a inflamação na garganta […]. Esse foi o jeito dele, não vi nada demais e achei uma sacanagem o demitirem”, escreveu um internauta nas redes sociais. “Acho que ele quis alegrar o dia da criança porque é bem chato ir ao médico e ter que tomar remédios. Olha, a receita tem toda a medicação”, disse outro.

comentario medico sorvete
Reprodução/ Instagram

“Isso é um absurdo. Profissional humanizado hoje em dia é tão raro. Crianças não aderem fácil ao tratamento e era o jeito de se aproximar do paciente”, escreveu outro. “Médico é demitido por agir com empatia e humanidade”, lamentou outro. “O sorvete e o joguinho foram apenas uma forma de dizer ‘repouse, pequeno’, de forma divertida e aproximando-se do paciente. Lamentável que um profissional como esse tenha sido demitido enquanto outros sequer olham para o paciente”, escreveu outro internauta.

A sensibilidade, empatia e humanização por parte do médico foram muito defendidos na situação. “Fala-se tanto em atendimento médico humanizado. Aí, quando o profissional tenta inserir isso na prática cotidiana muita gente faz crítica desnecessária. Complicado”, escreveu outro internauta. “Se ele tivesse receitado cloroquina tinha sido promovido”, ironizou um. “Por mais médicos como esse”, defendeu outro.

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Reprodução/ Instagram

“Parabéns ao colega que, com certeza, agiu de forma lúdica como uma brincadeira para tentar se aproximar da criança, quebrar o gelo. Ser empático! Se fossem com meus filhos, com certeza, iam querer voltar [a ser atendidos] por ele”, escreveu uma mulher. “Gente do céu, o mundo está louco mesmo!”, disparou outro. “Ele foi empático e sensível com a criança! Sou mãe e achei sensacional. Sorvete não faz mal algum à garganta e vídeo game vai distrair o menino, que deve ter dito que gostava durante a consulta. Me poupe”, comentou outra mulher.

O que aconteceu

A mãe do garoto, Priscila da Silva Ramos, afirmou ao portal “Metrópoles” que o filho começou a passar mal há 10 dias e decidiu levá-lo à UPA do Conceição, em Osasco. “Eu cheguei lá com meu filho e ele nem examinou meu filho. Ele simplesmente só começou a perguntar para mim o que ele tinha. Ele perguntou se eu tinha olhado a garganta do meu filho. Quem tinha que olhar era ele, o médico era ele”, declarou a mãe.

Além de “sorvete de chocolate 2 vezes por dia” e “Free Fire Diário”, o médico Marcos Wesley Silva prescreveu amoxicilina, ibuprofeno, dipirona, prednisolona e acetilcisteína. “Eu só fui ver a receita em casa quando falei com a minha irmã no outro dia. Aí estava lá. Como vai receitar sorvete de chocolate para um menino com dor de garganta?”, perguntou.

O caso ganhou repercussão na Internet e levou a demissão do profissional de saúde. Em nota, a Prefeitura de Osasco afirmou que “a OS (Organização Social), responsável pelas UPAs, informou que efetuou o desligamento do médico de seu quadro de prestadores de serviços”.