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Máfia da Merenda //Estudantes param a av. Paulista em manifestação que pede a apuração e punição dos responsáveis por desvios na compra de merenda escolar
Alunos de escolas estaduais e escolas técnicas protestaram na quarta-feira, 20, na avenida Paulista, pela investigação dos desvios de recursos na merenda escolar. Enquanto isso, na Assembleia Legislativa (Alesp), a base do governador Geraldo Alckmin (PSDB) manobrou mais uma vez para impedir as investigações.
Na terça-feira, 19, a Comissão de Educação e Cultural da Alesp previa a análise de requerimentos convocando os envolvidos na chamada Máfia da Merenda. No entanto, o líder do PSDB, deputado Carlão Pignatari pediu novo prazo para análise, postergando por semanas a decisão. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o escândalo também não obteve até agora o apoio necessário na Assembleia.
“Depois de a convocação ser aprovada em Comissão, os requeridos são obrigados a comparecer, esta é a preocupação dos tucanos. A estratégia de convocar as autoridades para as Comissões é uma segunda tentativa de levar a população uma investigação equilibrada e transparente da Máfia da Merenda, mas até isso a bancada do governo tenta impedir. Nossa primeira opção foi a CPI, mas até agora, por conta da blindagem do PSDB, não passamos de 23 assinaturas”, disse o deputado Geraldo Cruz (PT).
Outro deputado com base na região, Marcos Neves (PV) anunciou que assinou o pedido de abertura de CPI, apesar de compor a base aliada do governo Alckmin. “Acredito que é preciso investigação e esclarecimentos sobre o tema”, escreveu em seu perfil no Facebook.
Uma força-tarefa da Polícia Civil e do Ministério Público investiga, na Operação Alba Branca, deflagrada no dia 19 de janeiro, um esquema de fraude na compra de merenda escolar de prefeituras e do governo paulista. Segundo o Gaeco de Ribeirão Preto, as fraudes na contratação da merenda, ocorridas entre 2013 e 2015, chegam a R$ 7 milhões, dos quais R$ 700 mil foram destinados ao pagamento de propina e comissões ilícitas. Entre os políticos citados em delação está o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Fernando Capez (PSDB).