Início Cidades Barueri Marido da jogadora Fabiana Claudino aciona Justiça após ser vítima de racismo...

Marido da jogadora Fabiana Claudino aciona Justiça após ser vítima de racismo no Carrefour de Alphaville

0
carrefour racismo alphaville barueri
Vinícius de Paula relatou a situação e disse que tomará providências contra o estabelecimento / Fotos: Reprodução/ Twitter/ Divulgação

O diretor artístico e apresentador Vinicius de Paula, marido da bicampeã olímpica de vôlei Fabiana Claudino, usou as redes sociais para relatar que foi vítima de racismo dentro do Carrefour, em Alphaville, Barueri. O caso aconteceu na última sexta-feira (7).

Vinicius contou que foi a um caixa preferencial que estava vazio, mas não foi atendido e uma funcionária alegou que poderia levar multa. Vinícius foi para outro caixa e percebeu que uma cliente branca foi atendida no mesmo caixa preferencial ao qual ele teve o atendimento recusado. “Honestamente eu não sei o que fazer, eu tô dentro do carro chorando, sem ação! Meu coração tá doendo”, desabafou, no Twitter.

No dia seguinte, Vinicius publicou um vídeo, também no Twitter, no qual aparece ao lado da esposa e do advogado e diz que acionará a Justiça contra o Carrefour. A defesa do apresentador criticou a falta de ações enérgicas da rede após outras situações de racismo.

“Carrefour é uma empresa que não aprende e não esquece nada. Uma empresa que mata negro, que humilha, que ultraja, que constrange. O que o Vinicius passou ontem é crime, está absolutamente traumatizado do ponto de vista emocional e psíquico. Pelo jeito, o Carrefour não implantou nenhum programa significativo, substantivo. Dessa vez, isso não vai passar impune”, afirmou o advogado, no vídeo.

Em nota enviada ao “Uol”, o Carrefour informou que a gerência da loja de Alphaville afastou a colaboradora, que foi desligada no mesmo dia. A rede afirmou ainda que o cliente foi acolhido e que ambas as partes mantiveram “diálogo aberto” após o ocorrido. “Repudiamos qualquer tipo de discriminação e temos uma política de tolerância zero contra este tipo de comportamento inadequado”, diz a nota.

“Até quando, Carrefour?”

A atleta Fabiana usou as redes sociais para criticar a rede. “Fico pensando até quando, Carrefour? Meu marido passou por uma situação de racismo na unidade de Alphaville e ninguém fez nada! A situação foi tão esdrúxula que ele até demorou a entender que estava sofrendo racismo! Vocês não querem mudar esse histórico, né?”, perguntou a jogadora de vôlei.

Além deste caso, que aconteceu no Carrefour de Alphaville, também no fim de semana, uma mulher negra tirou a roupa e ficou de apenas de calcinha e sutiã dentro de uma loja da rede Atacadão, do Grupo Carrefour, em Curitiba, no Paraná. O vídeo foi publicado nas redes sociais e gerou revolta. Nas imagens, a mulher relata que tirou a roupa para mostrar que não iria roubar o estabelecimento após ter sido perseguida pelo segurança.

carrefour atacadão racismo
Professora tirou a roupa após ter sido perseguida por segurança / Foto: Reprodução/ redes sociais

“Não vamos admitir racismo”, diz presidente Lula

Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também fez duras críticas ao Carrefour. “Temos que dizer para a direção do Carrefour que se eles quiserem fazer isso no país de origem, que façam. Mas neste país, a gente não vai admitir o racismo”, afirmou Lula, durante a reunião ministerial desta segunda-feira (10).

Os relatos colocaram o nome do Carrefour nos assuntos mais comentados do Twitter nesta segunda-feira (10). “Quando leio ‘Carrefour’ nos assuntos do momento eu já me pergunto qual lei trabalhista foi violada ou que tipo de morte bizarra por descaso aconteceu com algum trabalhador”, criticou um internauta.

Não é a primeira vez que casos de racismo são registrados na rede. Em novembro de 2020, João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, foi espancado e morto dentro de uma loja do Carrefour, em Porto Alegre.