O Ministério Público de São Paulo denunciou Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos, monitor de uma clínica particular de reabilitação para dependentes químicos em Cotia, acusado pela morte do paciente Jarmo Celestino de Santana no início de julho.
No processo, Matheus, que segue preso preventivamente, pode se tornar réu por tortura e morte do paciente caso a Justiça aceite a denúncia do MP, feita nesta semana. O caso foi registrado na Delegacia de Cotia, onde as investigações prosseguem.
O laudo da necropsia feita no Instituto Médico Legal (IML) não conseguiu apontar a causa da morte de Jarmo. Entretanto, o MP e a Polícia Civil entenderam que o paciente morreu devido às torturas sofridas por Matheus, que atuava na clínica de Cotia como monitor há menos de duas semanas.
Jarmo foi visto com vida pela última vez no dia 5 de julho, dia em que chegou à clínica, em uma gravação feita por Matheus, segundo a polícia. Nas imagens, a vítima aparece sem camisa e sentada em uma cadeira com as mãos amarradas para trás. A morte dele foi confirmada no dia 8 de julho, após ser levado com diversos hematomas pelo corpo a um posto de saúde de Vargem Grande Paulista.
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Matheus foi preso em seguida e teve o celular apreendido. No aparelho, os investigadores encontraram um áudio enviado para outra pessoa via WhatsApp no qual teria dito: “Cobri no cacete, cobri… Chegou aqui na unidade fi… Pagar de brabo… Cobri no pau. Tô com a mão toda inchada”.
A Polícia Civil de Cotia investiga também se outras pessoas estão envolvidas na morte de Jarmo. “Apuramos se mais alguém participou diretamente das agressões ou foi omisso ao não impedir que elas acontecessem”, disse o delegado Adair Marques Correa Junior.