Reportagem do “Domingo Espetacular” que foi ao ar na noite deste domingo, 9, na Record TV, mostra imagens da prisão de Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca e descrito pela PF como um “barão das drogas” ou “embaixador do tráfico”.
Imagens de câmeras de segurança de shoppings e estabelecimentos comerciais que ele frequentava ajudaram a localizá-lo.
Cabeça Branca era procurado há cerca de 30 anos e, para evitar ser reconhecido, passou por diversas cirurgias plásticas, o que ele negou aos policiais que o prenderam, em Sorriso (MT), na Operação Spectrum, deflagrada dia 1º pela a Polícia Federal.
De acordo com a PF, foram apreendidos na operação US$ 3,4 milhões, que estavam dentro de malas em uma casa de alto padrão usada pelo traficante em um bairro nobre de Osasco. Em um apartamento em São Paulo, a polícia encontrou mais US$ 1,1 milhão.
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Também foi apreendida cocaína em três locais diferentes: um depósito usado pela organização criminosa em Cotia e em dois caminhões apreendidos no Mato Grosso, que carregavam 650 kg da droga cada um, aproximadamente.
Além disso, também foram apreendidos carros, relógios, documentos, computadores e joias.
De acordo com as investigações, o criminoso usava o Porto de Santos para exportar drogas para a Europa e os EUA e tinha mais influência que traficantes como Fernandinho Beira-Mar e Juan Carlos Abadia.
Rocha foi preso em Sorriso (MT) e prestou depoimento em Curitiba. O local de sua prisão ficará sob sigilo por questões de segurança. Ele tem condenações proferidas pela Justiça Federal que somam mais de 50 anos de prisão.
De acordo com a PF, “o grupo criminoso capitaneado por Cabeça Branca operava como uma estrutura empresarial, controlando e agindo desde a área de produção em regiões inóspitas e de selva em países como a Bolívia, Peru e Colômbia, até a logística de transporte, distribuição e manutenção de entrepostos no Paraguai e no Brasil, fixando-se também em áreas estratégicas próximas aos principais portos brasileiros e grandes centros de consumo, dedicando-se à exportação de cocaína para Europa e Estados Unidos”.
Além disso, “foi apurado que Luiz Carlos da Rocha é um dos principais fornecedores de cocaína para facções criminosas paulistas e cariocas”.
5 toneladas de cocaína por mês
Estima-se que a quadrilha liderada por ele era responsável pela introdução de 5 toneladas de cocaína por mês em território nacional com destino final ao exterior e Brasil.
Segundo as investigações, a cocaína era transportada em aviões de pequeno porte que partiam dos países produtores Colômbia, Peru e Bolívia, utilizando-se do espaço aéreo venezuelano com destino para fazendas no Brasil, na fronteira entre os estados do Pará e Mato Grosso.
Depois de descarregada dos aviões do narcotráfico, a cocaína era colocada em caminhões e carretas, com fundos falsos especialmente preparados para o transporte da droga, cujo destino era o interior do estado de São Paulo para distribuição para facções criminosas paulista e carioca, ou o Porto de Santos, de onde era exportada para Europa ou Estados Unidos.
Estimativas iniciais da PF indicam que o patrimônio sequestrado somente nesta primeira fase da Operação Spectrum foi de aproximadamente, de US$ 10 milhões, concentrado em fazendas, casas, aeronaves, diversos imóveis e veículos de luxo importados.
A Polícia Federal em cooperação internacional com a polícia paraguaia receberá apoio para o cumprimento de buscas e apreensões no Paraguai, país onde Luiz Carlos da Rocha é proprietário de diversas fazendas e mantinha parte de suas operações criminosas.
O patrimônio adquirido por Luiz Carlos da Rocha com o tráfico internacional de drogas pode atingir a soma de US$ 100 milhões, consubstanciado em veículos e imóveis no Brasil e em outros países (registrados em nome de laranjas), bem como em contas bancárias em paraísos fiscais, elementos que serão objeto da segunda fase da Operação Spectrum.