Mãe de aluno de uma escola municipal no Jardim Veloso, em Osasco, a controladora de acesso Michele Oliveira, de 34 anos, acusa a diretora da unidade de ensino, C.T, de ter usado métodos questionáveis para a escolha de estudantes para subir ao palco de um evento nesta quinta-feira (12). Segundo ela, a profissional anunciou, na frente de crianças e pais, que escolheria os alunos “mais bonitinhos” e rejeitou um menino negro. A diretora nega as acusações e diz que processará a denunciante.
De acordo com a mãe, o episódio aconteceu quando o grupo estava reunido para entrar no ônibus para ir a evento de entrega de brinquedos pela Prefeitura de Osasco a estudantes do município, no ginásio José Liberatti. A diretora teria dito na frente de todos que escolheria as crianças mais bonitas para subir ao palco. “Ela simplesmente olhou e falou que escolheria os alunos mais bonitinhos e foi fazendo uma seleção”, afirma Michele Oliveira. “Como assim? É uma escola ou agência de modelos? Esse tipo de atitude pode até traumatizar as outras crianças”.
Neste contexto, de acordo com a mãe, a profissional teria pego um aluno negro pelas mãos, o conduziu até uma professora e “falou: ‘esse é seu, toma, leva daí’”. Michele diz ter considerado racista a ação da diretora.
Após a mãe denunciar a ação nas redes sociais, ela foi convidada para uma reunião com a diretoria para que a situação fosse esclarecida. “Se for para comparecer, eu vou comparecer com a polícia e com alguém da Secretaria [de Educação]”.
A profissional de ensino denunciada nega as acusações e diz que a escolha dos alunos que subiriam ao palco foi feita de forma aleatória: “Ela vai ter que provar o que diz. Havia várias mães junto e não há nenhuma outra reclamação, inclusive a gente foi pego de surpresa com essa denúncia, e ela me expondo, expondo minha foto, nas redes sociais”, afirma C.T.
A profissional de ensino afirma que vai processar a mãe pelas acusações. “Conhecem meu trabalho, minha postura, minha ética. A gente está aqui para trabalhar contra o que ela está me acusando. Todas as professoras da unidade estão comigo e vão me apoiar no processo”.
Mãe de dois alunos na mesma escola, a comerciante Simone Araújo saiu em defesa da diretora. “A gente conhece o trabalho dela, não tenho nada de ruim para falar dela. Sempre a vi tratando todos os alunos de forma igual. Não entendo o motivo dessas acusações”, declara.
Mesmo com o possível processo, Michele mantém sua versão da história: “Jamais estaria me expondo dessa forma se não tivesse certeza do que digo”.