Após a morte de dois moradores de rua em Itapevi, na madrugada de quarta-feira (22), por suspeita de envenenamento, grupos de voluntários que atendem a população de rua, com a entrega de comida, roupas e cobertores, devem suspender atividades que estavam programadas para os próximos dias na cidade.
O Grupo de Atitude Social (GAS) de Osasco lamentou a morte de Vagner Gouveia de Oliveira, de 37 anos, e José Luiz de Araújo Conceição, de 61, e considerou a atitude dos responsáveis pelo suposto envenenamento como “desumana”.

“Coletivos parceiros que atuam na região de Itapevi nos informaram que terão de suspender atividades programadas que aconteceriam nos próximos dias na cidade. Para nós, como grupo, e para nossos voluntários, o sentimento que fica é o de incerteza sobre a reação da população de rua de Itapevi quando retornarmos na região para realizar ações”, diz o coordenador geral do GAS Osasco, Raphael Magalhães, ao Visão Oeste.
“As pessoas em situação de rua, ao contrário do que muitos pensam, são bem receptíveis, gratas e amorosas com aqueles que os ajudam. Porém, não seria nada incomum ver o comportamento delas mudar ao terem aproximações de outros grupos que entregam doações após esse ocorrido”, completa.
O grupo, que realiza ações voltadas à população em situação de rua em Osasco e Carapicuíba há mais de um ano, ampliou recentemente sua atuação e passou a atender os moradores de rua que vivem nas cidades de Itapevi, Barueri e Jandira. A próxima ação está marcada para agosto, mas desta vez, Raphael não descarta a possibilidade de suspender as entregas em Itapevi.
A Polícia Civil suspeita de que as marmitas que causaram as mortes de dois moradores de rua de Itapevi na madrugada de quarta-feira (22) continham o veneno conhecido como chumbinho. Além dos dois homens que morreram, uma criança de 11 anos e uma adolescente de 17 foram internadas em estado grave após comerem os alimentos distribuídos. Um cachorro também morreu.