Fernando Augusto
Osasco e Barueri tiveram protestos com centenas de taxistas nesta semana contra o aplicativo Uber e o transporte individual clandestino de passageiros. A polêmica em relação ao aplicativo, que conecta motoristas de transporte executivo ao usuário, numa espécie de “carona paga”, é mundial e, no Brasil, já virou guerra na Justiça e nos Legislativos.
Aplicativo oferece “carona paga”
Os taxistas utilizam sua influência no meio político para tentar barrar o uso do aplicativo. Para eles, o transporte individual oferecido é ilegal. Em São Paulo, a Câmara Municipal já aprovou projeto que proíbe o uso do Uber, mas ainda falta uma votação no plenário e a sanção do prefeito Fernando Haddad (PT). O projeto só teve um voto contra no Legislativo paulistano.
No fim de abril, o sindicato dos taxistas chegou a conseguir uma decisão judicial liminar que proibia o Uber em todo o estado, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. Mas a liminar caiu poucos dias depois, e manifestações da categoria ocorreram em várias cidades.
Nas cidades da região ainda não há legislação que proíbe o uso do aplicativo. Em Barueri, a carreata percorreu várias ruas até parar em frente à prefeitura.
De acordo com os organizadores, todas as cooperativas de táxi, além de autônomos, participaram. O protesto não foi apenas contra o Uber, mas também por mais fiscalização contra o transporte clandestino. “Aqui em Barueri tem ‘táxis’ executivos que ficam nas portas dos hotéis, de maneira ilegal. Estamos cobrando [a prefeitura] por mais fiscalização”, disse o taxista Valdenir Oliveira de Souza, de uma das maiores cooperativas da cidade.
Em Cotia, o vereador Fernando Jão (PSDB) apresentou um projeto para proibir o Uber. Ele se baseia em lei federal sobre o assunto, que determina que “os serviços de utilidade pública de transporte individual de passageiros deverão ser organizados, disciplinados e fiscalizados pelo poder público municipal”.
Aplicativo faz sucesso pelo mundo
O aplicativo Uber faz sucesso nos Estados Unidos e Inglaterra e está presente em 37 países. Seu valor de mercado é avaliado em 18 bilhões de dólares. Em Nova York, motoristas chegam a faturar 90 mil dólares por ano.
Fábio Sabba, porta-voz do Uber no Brasil, diz que o serviço não é igual ao oferecido pelos taxistas. As coisas estão sendo feitas baseada em uma mentira. Quando a gente fala de Uber, a gente não fala de táxi, a gente está falando de um novo sistema que não existia até poucos anos atrás. Então, pensar em encaixar o Uber na legislação existente é mais ou menos a mesma coisa que você tentar comparar Netflix e TV. São dois serviços distintos”, disse em entrevista ao portal G1.
