Na esteira da polêmica causada pela operação Minas Gerais, em Osasco, buscando melhorias no fluxo de trânsito da chegada à cidade, destaca-se o mesmo velho vilão de sempre: o trânsito. É um vilão previsível, claro. E cada vez mais presente em todas as cidades da região metropolitana. Já não se restringe aos espartanos acessos das rodovias que cruzam a região, tão pouco a horários de pico ou o chamado rush.
Como fizeram São Paulo e Osasco, Itapevi já discute restrições à circulação de veículos pesados na sua área central. E não há município que não esteja preocupado com o impacto do problema no dia a dia dos cidadãos, na logística dos negócios e nos custos de manutenção.
Problema é relacionado à falta de transporte coletivo e infraestrutura
Mas tanto quanto previsível, esse vilão é difícil de combater. Porque é relacionado a um gargalo histórico do desenvolvimento brasileiro: a falta de infraestrutura de transporte coletivo. Enquanto as metrópoles bem sucedidas no mundo expandiram suas malhas ferroviárias, projetos fluviais e sistemas mais eficientes de transporte de passageiros, o Brasil dormiu no ponto durante décadas investindo em ruas, estradas e valorizando carros e caminhões.
Não sobraram muitas alternativas aos brasileiros. E a culpa não é do carro e muito menos do trabalhador, que agora, mais do que nunca, pode comprar seu veículo. Ele é vítima. Sua última esperança agora é que eventuais diferenças políticas entre prefeituras da região metropolitana, estado e governo federal consigam algum dia ser superadas para darem lugar à discussão conjunta de soluções coordenadas, consorciadas e planejadas com ampla perspectiva de futuro. De resto, tudo mais será temporário e paliativo.