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Um documentário produzido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região traz relatos emocionantes de familiares das vítimas fatais e sobreviventes do acidente de trabalho ocorrido em uma empresa de contêiner, em Itapecerica da Serra, há quase 2 anos. A produção está disponível no canal da entidade no YouTube.
Tamires é uma das sobreviventes do desabamento que deixou 9 mortos e dezenas de feridos. “Não sei dizer se fiquei inconsciente, mas fiquei sem entender o que estava acontecendo [na hora do desabamento]. Só fui entender quando ouvi as pessoas gritando por socorro e quando tentei me mexer não consegui”, relata, no documentário.
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Ela trabalhava na Multiteiner, ficou soterrada por mais de 2 horas naquele dia 20 de setembro de 2022, e teve o pé esquerdo quebrado. Na produção, Tamires conta que antes da tragédia, chegou a conversar com ao menos dois colegas de trabalho que morreram. “Nenhum deles merecia o que aconteceu”, lamenta.
“Só escutei o barulho, coisas caindo, luz apagando e poeira. Aí, com um zumbido no ouvido, pulei do entulho e voltei [aos escombros] para ajudar o pessoal. Achamos o pessoal e fomos facilitando para quando os bombeiros chegassem. Aí achei minha amiga [Tamires] soterrada”, contou Wender, outro sobrevivente da tragédia.
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Rodrigo era noivo de Jucimara, que perdeu a vida aos 35 anos. “Noivamos no domingo e na terça-feira ela faleceu. A casa que alugamos, nem chegamos a morar lá. Foi tudo muito trágico”, lamentou.
Além de retratar a dor daqueles que perderam seus entes queridos na tragédia ocorrida em Itapecerica da Serra, o material destaca a busca por Justiça. “O nosso objetivo com este documentário é voltar a repercutir esta tragédia e pressionar o Estado por respostas”, explica o presidente do Sindicato, Ratinho.
Em um áudio exibido no documentário, a mãe de uma das vítimas fatais fala sobre a dor de perder o filho na tragédia, que continua sem respostas. “Metade de mim foi embora e eu continuo aqui, orando, pedindo a Deus forças para continuar vivendo e esperando a justiça de Deus e dos homens para entender o que aconteceu porque até hoje não sei”, disse.
ASSISTA AO DOCUMENTÁRIO: