A tão aguardada inauguração do novo prédio do Fórum de Osasco ainda não tem data definida e dependerá da conclusão de adaptações estruturais necessárias no edifício. A informação foi dada pelo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), desembargador Fernando Torres Garcia, durante um evento em Barueri na última segunda-feira (28).
“Eu não tenho data ainda para a inauguração, mas nós estamos tomando as últimas providências para tentar inaugurar ainda este ano”, afirmou Torres Garcia. A principal razão para a necessidade de ajustes, segundo ele, é o longo período em que o prédio permaneceu construído, porém sem utilização. Nesse meio tempo, fatores como a pandemia de covid-19 e a crescente digitalização alteraram as necessidades do Poder Judiciário.

“Veio pandemia, veio uma série de coisas. E algumas adaptações estruturais precisam ser feitas nesse prédio”, reforçou o desembargador. Ele citou como exemplo a mudança para o home office, que realocou grande parte dos servidores (cerca de 30% permaneceram remotos mesmo após a retomada presencial), e a digitalização dos processos, que reduziu drasticamente a necessidade de grandes espaços físicos para armazenamento de papéis.
“Aquele prédio foi projetado para o Poder Judiciário de antigamente, quando o processo era físico. Então, os cartórios são imensos e hoje não há mais necessidade de tanto espaço físico”, detalhou o presidente do TJ-SP.
Diante desse cenário, o Tribunal está reavaliando a melhor forma de utilizar o espaço do novo edifício de 13 andares em Osasco. “Nós estamos tentando redesenhar a utilização do equipamento de maneira a trazer mais unidades para o interior do novo prédio e aproveitá-lo melhor”, explicou Torres Garcia.
A ideia é consolidar no novo endereço unidades judiciárias atualmente dispersas pela cidade, como as Varas da Fazenda Pública, Varas da Família e Sucessões e o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc).
Demanda antiga e construção conturbada
A necessidade de um novo Fórum em Osasco é uma reivindicação antiga, datada do início dos anos 2000, devido às condições inadequadas do prédio atual.
Ednaldo Batista, presidente da Associação Paulista dos Técnicos Judiciários (Apatej), entidade que acompanha a causa há mais de 25 anos, descreve o cenário atual: “O prédio existente sofre com falta de espaços adequados, múltiplas escadas sem acessibilidade, instalações elétricas precárias e desconforto térmico em dias quentes”.
Ele reforça que a cidade merece “uma estrutura moderna, ampla e acessível”. Além do prédio, a Apatej reivindica um estacionamento exclusivo para servidores.
A trajetória da construção foi longa e marcada por percalços. O terreno foi doado pela Prefeitura de Osasco em 2001, mas a obra só começou em 2009, sendo interrompida em 2015 e retomada apenas em 2020. Vistorias recentes indicaram que a obra está cerca de 90% concluída, faltando principalmente instalações elétricas, de ar condicionado e mobiliário, além das adaptações agora mencionadas pelo TJ-SP.