O secretário de Segurança de Cajamar, Leandro Morette Arantes, concedeu detalhes sobre as buscas pela jovem Vitória Regina de Souza, que foi encontrada morta em uma área de mata nesta quarta-feira (5). Em entrevista a jornalistas, ele afirmou que foram os cães farejadores da Guarda Municipal de Cajamar que apontaram o local onde o corpo da jovem foi localizado, em uma área de difícil acesso.
Arantes explicou que as equipes de busca foram divididas em pontos estratégicos e prestaram todo o apoio para a Polícia Civil. “Um dos cachorros sentiu um odor muito forte e seguindo a indicação dele, encontramos o corpo”, afirmou o titular de Segurança, em frente à Delegacia de Cajamar, onde a movimentação tem sido intensa.
A Guarda Municipal chegou ao local, próximo à casa da vítima, após investigadores analisarem imagens de uma câmera de monitoramento nas quais foi possível perceber um “vulto” cobrindo a luz rapidamente. “Não passou despercebido que alguém passou naquele trecho”, disse.
O vulto, segundo o delegado, poderia ter sido a sombra de Vitória a caminho da casa dela: “Acreditamos nessa imagem, embora não apresentasse nada nítido, mas a polícia tem que acreditar em tudo. E foi como achar uma agulha no palheiro”.
Leandro também lamentou o trágico desfecho: “Além de secretário, sou pai de uma menina de 15 anos, e me coloco no lugar da família. É muito triste, não era esse resultado que gostaríamos de entregar”.
Requintes de crueldade
O corpo de Vitória foi encontrado degolado, nú e com as mãos envoltas em sacos plásticos – o que dificulta a coleta de materiais para perícia. Além disso, a cabeça da jovem foi raspada. “Com toda a experiência que eu tenho, jamais vi tanta crueldade e tantas lesões como no corpo desta menina”, afirmou por telefone o delegado Aldo Galiano ao jornal “Tá Na Hora”, do SBT.
A polícia trabalha com a hipótese de que a vítima tenha sido torturada e morta no mesmo local onde foi encontrada. “Ela estava apenas com o sutiã, as roupas não foram encontradas no local, o que demonstra que ela teria sido trazida para cá, e pelo estado de decomposição, o corpo estava ali entre quatro e cinco dias”, explicou Galiano.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Franco da Rocha para identificar a causa da morte e se Vitória foi vítima de violência sexual.
O advogado da família, Fábio Costa, afirmou que “o delegado já tem uma linha de investigação definida, com pelo menos três suspeitos já identificados”. “O inquérito corre em sigilo, então não podemos revelar mais detalhes sobre a investigação”, disse ao “Tá Na Hora”.
O desaparecimento de Vitória
Vitória foi vista pela última vez na noite da última segunda-feira (26), após descer de um ônibus a caminho de casa. Ela chegou a enviar uma mensagem para uma amiga relatando que estava com medo de dois rapazes que estavam no mesmo ônibus que ela. Em seguida, após descer do ônibus, tranquilizou a amiga em outra mensagem de áudio.
Depois, segundo o delegado Galiano, Vitória também mandou uma mensagem para um rapaz com quem já teria se relacionado pedindo para que ele a buscasse no trajeto. No entanto, o jovem não atendeu à solicitação da adolescente, que não fes mais contato.
Pelo menos 12 pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil, e dentre elas os dois homens suspeitos que estavam no mesmo ônibus que Vitória. As investigações continuam e a polícia concentra os trabalhos, agora, na identificação dos autores do crime brutal que chocou a região de Cajamar.
