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Carapicuíba discute implantação de incinerador

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Terreno onde será construída a usina, na divisa das cidades

William Galvão

Terreno onde será construída a usina, na divisa das cidades

Na quarta-feira, 21, foi realizada em Carapicuíba a segunda audiência pública licitatória para a construção de uma Unidade de Recuperação Elétrica (URE), local destinado à produção de energia através da queima de lixo. A reunião levantou questões sobre como os resíduos sólidos serão tratados e quais impactos serão causados com a incineração.
O empreendimento será fruto de uma parceria público-privada entre a prefeitura de Barueri e a empresa Foxx. A obra levará dois anos para ser construída e vai custar R$ 160 milhões. De acordo com a Foxx, a incineradora vai atender 250 mil moradores de Barueri, Carapicuíba e Santana de Parnaíba.

A usina ocupará um terreno de 37.237 m², localizado na área contígua à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), na divisa de Barueri com Carapicuíba, local pertencente à Sabesp. O espaço está inserido entre a bacia hidrográfica do alto Tietê e a sub-bacia do rio Cotia. O entorno do terreno é constituído das zonas urbanas dos dois municípios.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que cria marcos regulatórios para a produção de resíduos no país, o governo federal apóia o processo de implantação de incineradores como solução ambientalmente adequada. No entanto, o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) é contrário ao processo. Segundo a MNCR, “a incineração é uma ameaça à reciclagem e ao trabalho dos catadores, além de ser prejudicial à saúde”.

“Incineração ameaça a reciclagem”, diz movimento

O presidente da Câmara de Carapicuíba, Alexandre Pimentel (PT), questiona como serão atendidas as reivindicações propostas pelas cooperativas, ONGs e movimentos preocupados com os impactos causados com a construção da usina. “Para podermos discutir as compensações ambientais e sociais conforme são citadas na lei, precisamos fazer a correta demarcação da divisa entre Carapicuíba e Barueri onde a usina será construída”, afirma.
Além de Barueri, outros oito municípios paulistas podem aderir aos incineradores. São eles: São Bernardo do Campo, São José dos Campos, Lorena, Ferraz de Vasconcelos, Assis, São Sebastião, Taubaté e Canas.