Auris Souza
As centrais sindicais querem que as empresas que apoiaram o golpe da ditadura militar (1964-1985) também sejam responsabilizadas. O desejo foi demonstrado durante ato realizado no sábado, 1º, no Teatro Cacilda Becker, em São Bernardo do Campo.
Segundo depoimentos de vítimas da ditadura, algumas empresas se tornaram verdadeiros quartéis e por vezes desrespeitaram os direitos dos trabalhadores. “Os principais crimes foram o fim da estabilidade no emprego, a intervenção nos sindicatos, o arrocho salarial, manipulação dos índices de inflação, cassação e prisão de dirigentes enquadrados na Lei de Segurança Nacional”, enumerou Djalma Bom, diretor da AMA-A/ABC (Associação dos Metalúrgicos Aposentados Anistiados do ABC).
Homenagem
O evento foi organizado para homenagear trabalhadores e sindicalistas que sofreram perseguições e violência durante a ditadura militar. No teatro, cerca de 400 nomes foram lembrados, inclusive trabalhadores e sindicalistas de Osasco que lutaram contra a ditadura. Os homenageados receberam diplomas.
O evento também contou com encenações teatrais e apresentações de vídeos com depoimentos de lideranças sindicais perseguidas, entre elas a da Greve de 1968 em Osasco, na metalúrgica Cobrasma, marco importante da história das lutas da classe operária brasileira.