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Uma jovem de 21 anos foi demitida em seu primeiro dia de trabalho em uma empresa de limpeza terceirizada. Animada para começar o expediente, a nova funcionária foi vestir o uniforme, mas foi dispensada porque a calça não serviu.
O caso aconteceu em São Paulo. Thayala Maria da Silva trabalhava como manicure, mas viu sua renda despencar com o avanço da pandemia de covid-19. Ela foi em busca de um emprego com carteira registrada para conseguir manter o sustento de sua família, mas se decepcionou na primeira oportunidade.
“Me senti a pior coisa do mundo porque era o meu primeiro emprego [com carteira assinada]. Eu estava tão feliz e fizeram isso comigo. Quando ela me mandou a proposta, não pensei duas vezes em ir. Agora, eu choro sempre que lembro da situação que passei”, lamentou a jovem, à reportagem exibida no “Balanço Geral”, da Record TV.
Thayala contou que ao perceber que a calça tamanho GG ficou muito apertada, decidiu falar com sua encarregada. Na tentativa de arrumar uma solução, a jovem sugeriu trabalhar com a própria roupa ou levar o uniforme para uma costureira ajustar, mas além de receber uma resposta negativa, a Thayala foi dispensada no mesmo dia.
“Ela mandou uma mensagem para a dona e a dona mandou me dispensar”, contou. A dona da empresa entrou em contato com Thayala avisando que não tinha numeração maior de uniforme e teria que dispensá-la. A jovem chegou a sugerir que uma costureira fizesse outro uniforme idêntico, mas a ideia também não foi aceita.
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“O problema não é a obesidade, não é o corpo. O problema é que temos regras”, diz empresa
À reportagem, uma das administradoras da empresa chegou a afirmar que Thayala não foi a única a passar por essa situação. “Eu não compro uniforme, eu mando fazer. Então, eu não tinha como fornecer uniforme para ela”.
“Os tamanhos [dos uniformes] estão aumentando e a gente já estava pensando em pedir maiores na próxima leva. O problema não é a obesidade, não é corpo e nada disso. O problema é que temos regras. Como nós somos terceirizados, não posso colocar ela diferenciada do grupo”, continuou.
Após o constrangimento, Thayala contou que acionou a Justiça. “O dinheiro é uma mera tentativa para diminuir o dano. Essa reparação tem o objetivo de disciplinar as empresas, que não se deve discriminar as pessoas por aparência, classe ou qualquer outra razão”, afirmou o advogado de defesa da jovem.
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