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A Força Sindical e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) criticaram a sétima alta consecutiva na taxa básica de juros, a Selic. O aumento, de 10% para 10,5% ao ano, foi anunciado na quarta-feira, 15, pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

“As consequências da elevação da taxa são mais do que notórias: redução do consumo, da produção e do emprego”, afirma nota da Força Sindical assinada pelo presidente da central, Miguel Torres. “A política monetária precisa ser subordinada ao projeto de desenvolvimento do país, e não o contrário”.
Para a Força, “os resultados da indústria em 2013 foram decepcionantes, a produção industrial andou de lado, e nem ao menos recuperou a queda de 2012 (-2,7%). Os trabalhadores já sentem os impactos dessa estagnação com a perda de empregos”.
Taxa básica foi para 10,5% e deve subir mais em 2014
A central avalia ainda que “a elevação da taxa Selic agrava ainda mais o cenário, já pessimista, para 2014”.
Já o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afirmou, em nota, que “a inflação precisa ser contida, mas é necessário buscar alternativas para combatê-la que não penalizem tanto a atividade econômica e a vida das empresas e das pessoas”.
Skaf declarou ainda que “precisamos nos libertar da política exclusiva de aumento de juros e ter como novo foco o crescimento econômico”, disse.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) também se manifestou contra o aumento: “Se a inflação está controlada, não há motivos que justifiquem o pessimismo sobre os rumos da economia em 2014, como alardeiam as vozes enlouquecidas do mercado para pressionar o governo e levar vantagens”, disse o presidente da entidade, Carlos Cordeiro.
A inflação no país em 2013 foi de 5,91%, segundo o IBGE. O índice ficou dentro do teto da meta de inflação do Banco Central, de até 6,5%.