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Morador de Carapicuíba diz que pessoas foram coagidas a saírem da Vila Municipal

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Reintegração de posse será no dia 25 / Foto: Divulgação/Prefeitura de Carapicuíba

Diante da decisão judicial que autoriza a reintegração de posse na Vila Municipal, em Carapicuíba, os moradores afetados reivindicam condições para a saída do local. Na manhã desta segunda-feira (23), houve protesto na Avenida Desembargador Dr. Eduardo Cunha de Abreu e alguns manifestantes atearam fogo em objetos, interditando algumas faixas da via.

O comerciante Cecílio Teodoro de Oliveira contou ao Visão Oeste sobre a dificuldade para deixar a comunidade onde vive com sua família por não encontrar um imóvel. “Preciso de uma casa provisória para mudar junto com a minha família. A gente encontra casa de dois cômodos, mas os donos só alugam para casal, não aceitam cinco pessoas, como é o meu caso. E assim como eu, tem muita gente nessa situação”, disse.

A família de Teodoro é uma das 454 afetadas com a reintegração de posse, que chegou a ser revogada pelo Supremo Tribunal Federal, mas após nova decisão, deve ocorrer nesta quarta-feira (25). “Aqui existem mulheres doentes, pessoas com câncer, mães de família com filho doente e que não conseguem sair para trabalhar. Como é que paga aluguel com R$ 400? Em Carapicuíba você não acha casa para alugar por R$ 400”, desabafou o comerciante fazendo menção da ajuda de custo oferecida pela Prefeitura de Carapicuíba.

Até a última quarta-feira (18) 353 famílias aderiram carta de crédito ou unidades habitacionais da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), que serão construídas próximo ao Fórum, segundo a administração municipal.

As famílias que ainda permanecem na área têm até esta terça-feira (24) para sair voluntariamente. Teodoro afirma, no entanto, que houve coação por parte da Prefeitura para a saída dos moradores. “Ninguém quer sair. As pessoas que assinaram [a adesão aos programas habitacionais] foram coagidas. Tem funcionários da Prefeitura e Guarda Municipal aqui na comunidade o tempo inteiro e as pessoas se sentiram coagidas, por isso assinaram”, acusa o comerciante.

Teodoro afirma que a Prefeitura teria de fazer uma regularização fundiária na Vila Municipal, “mas ela recorreu e aí conseguiu uma liminar para derrubar. Existem duas decisões, uma manda a Prefeitura regularizar e a outra autoriza a Prefeitura a derrubar, entendeu?”, frisou o morador de Carapicuíba.

A decisão judicial que será cumprida estende-se a uma área de 23.238,20 m². Devido à reintegração de posse, um trecho da avenida Desembargador Eduardo Cunha de Abreu será fechado na quarta-feira (25), a partir das 4h. “Ônibus e caminhões devem obrigatoriamente fazer o trajeto pelas avenidas Brasil, Perimetral e Antonio Faustino até o Km 21. E quem estiver vindo de Osasco, deve fazer o percurso pela avenida Antonio Faustino”, afirma a Prefeitura.

Após o cumprimento da decisão, o governo estadual e a Prefeitura de Carapicuíba darão início ao processo legal das obras do viaduto que será construído no local.

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