
Rogério Golstorff foi tirado à forças de sua casa, em Osasco, e levado com as mãos amarradas para uma clínica de reabilitação à pedido de familiares. Ele diz que não tem problemas psiquiátricos ou com drogas ou álcool e acusa os parentes de interná-lo à força em uma disputa pela herança de um imóvel avaliado em R$ 1,5 milhão para transformá-lo em uma escolinha.
Uma reportagem exibida no “Cidade Alerta”, da Record TV, nesta segunda-feira (24), contou o drama vivido pelo rapaz que, após passar 13 dias internado em uma clínica em Cotia sem qualquer problema psiquiátrico ou dependência química, está impedido de retornar para sua casa, alvo de disputa de seus irmãos.

Rogério foi levado à clínica de reabilitação no dia 10 de maio. Imagens de uma câmera de monitoramento registraram quando ele saiu de casa, com as mãos amarradas, e colocado em uma ambulância. “O pai desse paciente nos comunicou que ele precisava de ajuda. Quatro dias depois, ele chegou de ambulância. Informaram que era um jovem violento, esquizofrênico com com possível dependência de drogas”, explicou um funcionário da clínica à reportagem.
No dia em que foi internado, Rogério diz que foi coagido a assinar o documento consentindo a internação. Ele afirma que o médico teria atestado a sua sanidade mental e que, desde o primeiro dia, explicou o motivo de ter sido levado compulsoriamente para o espaço, mas o médico havia dito que a família tinha firmado contrato ao lado de uma advogada.
“Tentaram me deixar louco”, desabafa o morador de Osasco
Após ter sido internado, foi ao ar uma reportagem em que dizia que Rogério estava desaparecido. Quem denunciou para a polícia que o rapaz não havia sumido, mas que estava na casa de reabilitação foi um paciente que esteve com ele, recebeu alta e, ao chegar em casa, viu a reportagem e o reconheceu.
A vítima acusa a advogada da família de elaborar o plano parta tirá-lo de casa. “Ela disse que tinha os meios dela de me tirar de lá”, contou. “Tentaram me deixar louco porque eu estava em um lugar de clima pesado, que o problema maior das pessoas é drogas pesadas, a maioria são ex-presidiários… Me deixaram no meio de uma mata e eu fiquei com medo, sem saber o que iria acontecer comigo”, lamentou.
Rogério foi resgatado da clínica pela Polícia Militar. Ele registrou um boletim de ocorrência contra os familiares e a clínica por cárcere privado e sequestro. Um mês antes de ser internado, a vítima havia procurado uma delegacia por ter sido agredido por familiares.
“Duas irmãs, um sobrinho e um cunhado entraram em casa, me pegaram no corredor e começaram a agressão. Ele [o cunhado] foi para me matar e a Silvia [irmã] falava a todo momento ‘mata ele, Eduardo’. Ele me deu um mata leão e quando eu ia desfalecer, Deus me deu uma força e, como ele não conseguiu fazer direito, consegui fugir. E aí eles seguraram a minha camisa, sai correndo para a rua, saí escorraçado da minha casa”, lembrou.
À reportagem, a advogada da família não quis se pronunciar sobre o caso. Rogério, que está desempregado e impedido de retornar à própria casa, afirma que continuará lutando para que os responsáveis pela sua internação compulsória sejam responsabilizados.
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